As galerias da Câmara de Diadema ficaram lotadas na sessão desta quinta-feira (11/05). Um grupo de moradores protestaram para que ocorra a revogação da lei que autorizou a cobrança da taxa de lixo na conta de água e esgoto. Após discussões entre os vereadores e muitos desencontros sobre alternativas, uma audiência pública foi marcada para o próximo dia 22, às 19h, para tratar do assunto. Mesmo assim uma nova manifestação foi agendada para a sessão ordinária do dia 18.
Para chegar no acordo foram horas de debates e discussões ásperas. Primeiramente munícipes das mais diversas classes sociais utilizaram a tribuna para reclamar da mudança. Entre as principais reclamações estavam a falta de diálogo sobre a mudança do modelo de cobrança e os valores.
“Somos a favor de que cobre taxa, pois existem gastos. Só não somos a favor desses metros cúbicos (método de medida para o valor da taxa). Eu não sei o que o Sr. Filippi pretende com isso, porque isso não está certo. Nós pagamos muitas taxas, nosso imposto, o IPTU, já é muito alto. Nós, trabalhadores, temos muitos desempregados, nós não temos muitos benefícios em Diadema, nós estamos sempre encurralados, sempre ferrados”, disse a moradora Cristiane Lourenço da Silva.
“Eu não tenho dúvidas que pela hombridade e que para que a população reconheça cada voto que empregou nos senhores, eu não tenho dúvidas que revogar a cobrança da taxa de lixo na conta de água seria uma honra para essa Casa”, seguiu o radialista Wellington Nobre, uma das lideranças da manifestação.
Após as falas dos munícipes, o que se viu foi uma troca de acusações de todos os grupos de vereadores e diversas tentativas de se ter a presença do secretário de Finanças, Francisco Funcia. Porém, o mesmo disse que estava se preparando para uma viagem à Brasília na busca de novos recursos e não poderia comparecer.
O oposicionista Eduardo Minas (PROS) chegou a pedir o encerramento da sessão para que todos pudessem seguir com os manifestantes até a sede da Prefeitura, próxima da Câmara, para ampliar a manifestação, mas tal fato irritou os governistas e houve uma resposta negativa ao pedido.
A sessão seguiu até que a solução da audiência pública fosse emplacada. A ideia é ter representantes da Prefeitura, da Sabesp (responsável pela cobrança), os moradores e os vereadores para tentar chegar em um consenso.
Há alguns dias moradores reclamam sobre a cobrança de valores acima dos permitidos em lei. A Prefeitura alegou que a Sabesp não especificou o limitador de 25%, ou seja, para quem gasta R$ 100 em água e esgoto, o valor da taxa ficará em R$ 25. Porém, os manifestantes querem o retorno do modelo antigo, com a cobrança no IPTU. Tal cenário faria com que o número de residências incluídas no pagamento do tributo caísse de 165 mil para 90 mil. Segundo o orçamento de 2023, a cidade estima arrecadar R$ 37 milhões com a taxa.
Nesta quinta-feira (11/05) a Prefeitura lançou um número de WhatsApp para atender os munícipes que verificaram uma cobrança indevida da taxa – (11) 99961-9559. Basta mandar uma mensagem com a reclamação.