
Edvaldo José Bellott, de 62 anos, aguarda há pelo menos oito meses ser chamado para uma consulta médica em Santo André, após fraturar o pé em um acidente doméstico. O morador do Parque Novo Oratório disse já ter tentado agendar consulta por todos os canais fornecidos pela Prefeitura, inclusive telefone e WhatsApp, mas não há qualquer retorno desde outubro do ano passado.
O paciente comenta que a falta de solução para a fratura do seu pé tem causado diversos transtornos no seu dia-a-dia. “Tenho dificuldade de locomoção por conta de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que sofri e até para ir ao hospital tentar marcar uma consulta pessoalmente é complicado, porque preciso pegar dois ônibus e subir uma ladeira. É difícil”, diz.
Apesar da dificuldade, esperar é a única opção de Bellott, uma vez que não há verba suficiente para pagar uma consulta em hospital particular. “Não sei o que fazer, porque preciso fazer uma ressonância magnética por indicação do médico, mas até agora não me chamaram sequer para consulta, e sigo na espera, já que falta dinheiro pra pagar no particular”, lamenta.
Edvaldo trabalha como supervisor de elétrica, mas está afastado da profissão há quatro anos, em razão de não conseguir atuar por conta do acidente. Ele aguarda a aposentadoria por invalidez, mas até o momento também não teve qualquer atualização sobre sua situação. “Minha rotina mudou desde a fratura no pé. Se não coloco gelo ou pomada para aliviar a dor do dedo, estou lascado, não consigo sequer colocar um calçado”, diz. “Preciso deitar na cama e colocar uma bacia com água e gelo, e quando levanto de manhã, metade do meu pé está roxo e às vezes pode gangrenar, é complicado”, salienta.
Fila de espera
Questionada pelo RD, inicialmente a Prefeitura de Santo André informou que após ser atendido pela especialidade de Ortopedia, o paciente teve encaminhamento para dar continuidade ao tratamento com Ortopedia de Alta Complexidade, que é de responsabilidade do Estado. Segundo nota, a guia do paciente teria sido inserida no sistema estadual em fevereiro desde ano, no dia 22, e aguardava agendamento por parte do Estado, não tendo o município controle sobre essa fila.
Já a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou não constar pendências de caráter estadual em nome do paciente Edvaldo José Bellott na Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross). O que fez, em um segundo momento, a Prefeitura de Santo André enviar um novo posicionamento sobre o caso.
Agora, a administração informa que a demanda oriunda da rede de saúde de Santo André é gerida pela regulamentação municipal, que encaminha casos mais urgentes para tratamento de acordo com as vagas abertas no sistema Cross. Assim, o paciente em questão “encontra-se cadastrado na regulamentação municipal desde 22/02, aguardando liberação da vaga por parte do Estado”. Ou seja assim que a vaga for disponibilizada, o paciente será cadastrado para receber atendimento de ortopedia de alta complexidade.
Enquanto isso, Edvaldo diz continuar com dores e sem qualquer posicionamento, tanto do Estado quanto da Prefeitura.
Veja o vídeo do raio-x enviado pelo paciente: