Incêndio em centro de imigrantes deixa 37 mortos na fronteira do México com os EUA

Pelo menos 37 pessoas morreram após um incêndio num centro de migração em Ciudad Juarez, no norte do México, que faz fronteira com El Paso, no Texas, Estados Unidos. A informação foi divulgada pelas autoridades do estado mexicano de Chihuahua nesta terça-feira, 28, segundo a emissora americana CNN

O incêndio ocorreu no Instituto Nacional de Migração (INM) na manhã desta terça-feira depois que cerca de 71 migrantes foram recolhidos nas ruas da cidade. A causa, porém, é desconhecida. Também ainda não foram divulgadas as nacionalidades das vítimas.

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Vinagly, uma venezuelana, gritou desesperadamente do lado de fora do centro de migração, para onde seu marido de 27 anos havia sido levado após ser detido em uma batida policial. Ele foi atingido pelo incêndio, mas a esposa desconhece seu estado de saúde. “Eles funcionários da imigração levaram-no numa ambulância. Não dizem nada. Um parente pode morrer e eles não dizem ‘ele está morto'”, afirmou a mulher, com a voz embargada.

Um socorrista que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar explicou que havia cerca de 70 migrantes, a maioria venezuelanos, no local.

Ciudad Juárez, vizinha de El Paso, Texas, é uma das cidades fronteiriças onde permanecem retidos numerosos estrangeiros que tentam entrar nos Estados Unidos.

Um relatório recente da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que, desde 2014, cerca de 7.661 migrantes morreram ou desapareceram a caminho dos Estados Unidos desde 2014 e 988 morreram em acidentes ou por viajar em condições subumanas.

O presidente dos EUA, Joe Biden, propôs em fevereiro novas restrições ao asilo para migrantes que chegam pela fronteira com o México, e que os obrigaria a solicitá-lo nos países por onde transitam ou por meio de consultas online.

Estas medidas são anunciadas numa altura em que o presidente democrata é acusado pela oposição republicana de ter perdido o controle da fronteira, com mais de 4,5 milhões de pessoas interceptadas sem documentos naquela região desde que tomou posse.

De janeiro a junho de 2022 – último mês disponível – mais de 28.079 venezuelanos passaram de maneira irregular pela região de Darién, superando haitianos e cubanos que costumavam ser os maiores grupos nesta fronteira até 2021. A situação preocupa organizações internacionais humanitárias, já que a travessia é extremamente perigosa por causa das condições terrestres da selva e da existência de grupos criminosos.

Embora os EUA sejam o desejo de grande parte dos venezuelanos que emigram, a maioria procurava os países da própria América Latina, mesmo que de maneira provisória.

A Colômbia é o país que mais os recepciona, com mais de 2,4 milhões. Em seguida vem Peru (1,3 milhão), Equador (513.000) e só então EUA (465.000). Dos mais de 6 milhões de venezuelanos deslocados no mundo, mais de 5 milhões estão na América Latina e Caribe. (Com agências internacionais).

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