Desde que decretou estado de emergência devido aos deslizamentos consequentes das fortes chuvas, Mauá registrou 125 famílias atendidas pelo auxílio emergencial de R$ 500, benefício concedido por seis meses e que poderá ter a prorrogação por mais um período equivalente. Segundo a Defesa Civil, ao todo, 81 imóveis foram interditados parcial ou totalmente até o momento pelo município desde o fim de fevereiro.
No dia 22 de fevereiro, o prefeito Marcelo Oliveira (PT) decretou estado de emergência em decorrência de mais uma tragédia que tirou, desta vez, a vida da moradora Elizabeth Santos, entre 50 e 60 anos, após desmoronamento na rua Júlio Antônio Conde, Jardim Zaíra, na noite anterior. Outros três residentes no mesmo bairro foram encaminhados ao Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini e em seguida tiveram alta hospitalar.
Depois da ocorrência, Marcelo enviou à Câmara dos Vereadores a proposta de extensão de R$ 350 para R$ 500 o auxílio emergencial, medida aprovada por unanimidade pelos parlamentares. Para ter direito ao benefício, o morador que reside em área considerada de risco, deve se dirigir a uma unidade do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) situada na sua região, para solicitar a contribuição, mediante a avaliação técnica e portando documentos como RG e CPF.
São Bernardo
Em São Bernardo, o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) detectou 126 áreas de risco de desabamentos, que abrangem mais de 2 mil edificações. Os principais pontos de preocupação por parte da administração estão nas regiões do Alvarenga, Montanhão, Riacho Grande, Batistini e Vila São Pedro. Somente neste ano, a Defesa Civil realizou 30 interdições por alta possibilidade de deslizamento.
No município, 35 famílias recebem o auxílio-moradia, pelo valor de R$ 315 mensais, conforme lei municipal 6.168 de 2011, que possibilita, em caráter emergencial e transitório, alternativas habitacionais mediante à concessão de benefício, vinculado à Secretaria de Assistência Social. Também há 2 mil pessoas contempladas pelo programa Renda-Abrigo, pelo mesmo valor, para locação de imóvel temporariamente.
Santo André
Por sua vez, a Prefeitura de Santo André informou que foram interditadas 22 habitações, sendo 18 delas localizadas em áreas de núcleo, cujas famílias foram encaminhadas para o recebimento de benefício de auxílio-moradia, enquanto as outras quatro interdições ocorreram em áreas formais, em face de obras civis, nas quais os residentes entraram em acordo com os construtores. Pela cidade, existem 81 áreas mapeadas, divididas em 119 setores com “risco alto” e “risco muito alto” para erosão, inundação e escorregamento de massa.
Pelo município, ao todo, são 22 bairros que têm alguma área com risco de deslizamento, o que obrigou a administração do prefeito Paulo Serra (PSDB) a realizar desocupações, melhorias nos sistemas de drenagem, melhorias nos viários, contenções de encostas e viários e construções de escadas hidráulicas. Entre as localidades, estão o Parque Miami, Jardim Santo André, Jardim Irene, Vila João Ramalho, todas áreas de preservação ambiental, e o Morro da Kibon.
Diadema
Segundo a Prefeitura de Diadema, houve a interdição de 11 residências em áreas de risco por conta das fortes chuvas. Tal situação resultou no deslocamento de 50 pessoas para acolhimento em casas de parentes e amigos. Ao todo, a cidade contabiliza 10 áreas de alto risco, que totalizam cerca de 1,5 mil famílias, principalmente pelos bairros Eldorado, Inamar, Serraria, Conceição, Campanário e Canhema. O auxílio emergencial na cidade é calculado em R$ 420, porém, a administração não informou quantas pessoas são contempladas pelo programa.
São Caetano
Única cidade 100% urbanizada na região, São Caetano também sofre com as fortes chuvas, devido às enchentes na região da avenida dos Estados. Por essa razão, os bairros que mais sentem são o Fundação e o Prosperidade, que ficam ao lado do córrego de uma das principais vias da região à Capital, onde escoa o rio Tamanduateí, que costuma superar os 10 metros de altura neste período do ano e acaba transbordando nas ruas próximas. Os dois bairros somam cerca de 3,5 mil residências.
Rio Grande da Serra
Em Rio Grande da Serra, houve, neste ano, seis situações de deslizamentos de terra, onde três famílias foram obrigadas a deixar suas residências. A administração municipal afirmou que não consegue contabilizar o número de pessoas que vivem em áreas de risco, sob a alegação de constantes mudanças e dificuldade na localização dos moradores. As regiões que mais preocupam o Paço são o Parque do Governador e Vila São João, e atualmente o programa Aluguel Social atende a 24 beneficiários, com o valor máximo permitido por lei de R$ 450 por núcleo familiar.
Ribeirão Pires
Única Prefeitura localizada no ABC que optou por não esclarecer os questionamentos da reportagem, o governo de Ribeirão Pires recebeu a solicitação dos dados às 9h23 desta segunda-feira (13). O RD se mantém aberto para atualizar a matéria, caso a gestão do prefeito Guto Volpi (PL) queira se manifestar.