As fortes chuvas e os recentes desastres que ocorreram no litoral norte de São Paulo iniciaram um processo de alertas sobre as enchentes, entre elas, as doenças causadas pelo contato com a água chuva misturada com o esgoto. Em entrevista ao RDtv nesta quinta-feira (23/02), a infectologista Elaine Matsuda listou os principais males e apontou as principais dicas para evitar tais situações.
A princípio a doença mais citada em pesquisas é a leptospirose, que pode ser transmitida a partir do contato direto ou indireto com a urina do rato. Porém, Elaine aponta que a doença acaba ocorrendo diretamente em lesões pelo corpo, algo que faz com que os cuidados com os pés tenham que ser maiores. “Se a pessoa não tiver uma galocha para evitar o contato com essa água contaminada, pode colocar um saco plástico nos pés antes de calçar o tênis, por exemplo”.
“Até mais frequentes que a leptospirose são as diarreias infecciosas. Temos que lembrar que a água que caí do céu, tudo bem, caí limpinha ou caí com um pouco de resíduo químico se for uma região de intensa poluição, mas ao entrar em contato com o solo, em áreas que não tem saneamento básico, essa água vai se contaminar com coliformes fecais, então vai se disseminar doenças de contaminação hídrica”, explicou.
Nos casos de diarreia, o tratamento é feito em casa a partir do processo de hidratação, e em alguns casos com remédios indicados. Outras enfermidades acabam necessitando de um cuidado hospitalar como a colite hemorrágica e a sepse de origem intestinal. Essas doenças, assim como a diarreia, acabam ocorrendo quando há um contato da água com a boca, por exemplo.
Elaine Matsuda também aponta o cuidado extremo com o saneamento básico. Residências que não contam com um sistema de saneamento bom podem colocar em risco os seus moradores, independente das chuvas, pois a água que está nos encanamentos (caso os mesmos estejam ruins) também podem entrar em contato com esses coliformes fecais e assim causar essas doenças.
Outras duas enfermidades que podem ocorrer é a hepatite A e a hepatite B. A primeira conta com vacina para proteção prévia, porém, a especialista aponta que no caso de jovens com mais de 15 ou 20 anos, o imunizante só é encontrado no sistema particular de Saúde. No caso da hepatite B, existe uma vacina que é aplicada nos primeiros meses de nascimento. Apesar de ser uma doença que é contraída com mais facilidade a partir do ato sexual, esse tipo de hepatite pode ocorrer eventualmente no caso de contato com a água chuva.