
Qualquer consumidor sabe das mudanças nos grandes estabelecimentos do setor supermercadista ocorridas nos últimos anos. Muitos daqueles supermercados da bandeira preferida mudaram de nome e passaram a vender também no atacado, com produtos em volumes maiores a preços mais atrativos. São os estabelecimentos que receberam o nome de atacarejos, porque vendem do varejo e também no atacado. A economia na compra pode chegar a 30%, segundo estimam as próprias redes..
A APAS (Associação Paulista de Supermercados) não tem levantamento do quanto o segmento cresceu, mas não é difícil aferir que só no ABC já são algumas dezenas de lojas do gênero. Antes apenas comerciantes com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) tinham acesso a atacadistas. Agora qualquer um tem acesso à modalidade de compra e pode economizar com isso.
Segundo o vice-presidente comercial da rede atacadista Roldão, Jeferson Fagundes, o consumidor pode economizar. “A rede oferece uma extensa gama de produtos e a economia pode girar em cerca de 30%, dependendo do produto, seja ele do setor de alimentos, bebidas, além de itens de grande volume: descartáveis, produtos para festas, restaurantes, lanchonetes, pizzarias, confeitarias, cantinas ou qualquer outro tipo de empresa do ramo, até mesmo churrasqueiros”, aponta.
O consumidor final também usufrui da vantagem. “O Roldão Atacadista oferece a melhor opção para a abastecer e fortalecer micros, pequenas e grandes empresas transformadoras e revendedoras de alimentos, além das casas dos consumidores finais”, completa. Com 20 anos de história o Roldão tem 40 lojas, sendo quatro delas no ABC (duas em Santo André, uma em Mauá e outra em São Bernardo) e emprega mais de 5 mil pessoas.
Atacadão
Os números do balanço de 2022 do Atacadão também mostram crescimento dos atacarejos de uma forma geral e especialmente no ABC. Com a aquisição do grupo BIG, a marca aumentou a participação no setor. Hoje são 341 lojas e mais de 10 mil empregos diretos e a meta é chegar a 470 lojas em 2026. “O ano de 2022 foi muito positivo e marcante para nós. Inauguramos 58 unidades e celebramos os 60 anos de história do Atacadão, que consolidou sua posição de liderança. Ampliamos nossa presença ao redor do Brasil e atingimos marcos importantes. Além disso, iniciamos o processo de conversão de lojas graças à integração com o Grupo BIG e também batemos um recorde de inauguração de lojas no mês de novembro, com 23 lojas abertas”, afirma Marco Oliveira, CEO do Atacadão.
Em 2022 o Atacadão fez 58 inaugurações e neste ano a primeira abertura de loja nova foi em São Caetano, que é a 309ª loja da marca. A nova loja conta com uma área de vendas de 4.400m², 24 check-outs, 326 vagas de estacionamento e possui um quadro de 550 colaboradores diretos e indiretos. A rede não informou os resultados de 2022.

O Assaí é a rede atacadista com maior número de lojas no ABC. São 12 atacarejos da marca na região, em 2019 eram 10. Somente no ano passado foram duas inaugurações, sendo uma em São Caetano, uma loja que já existia, mas que foi ampliada e revitalizada e uma loja novinha em São Bernardo. A rede informou em nota enviada ao RD que o objetivo para 2023 é ultrapassar a marca de 300 lojas.
Focado nos pequenos e médios comerciantes e também para o consumidor final, o Assaí sustenta que a economia é considerável. “Na ponta do lápis, os preços são cerca de 10% a 15% menores do que os supermercados convencionais. Nos últimos anos, o formato tem conquistado cada vez mais clientes, e o Assaí tem liderado uma inovação da proposta de valor deste formato, acrescentando novos serviços, como açougue e empório de frios, de acordo com a demanda e necessidade de cada região. O resultado é um crescimento sólido da operação”, diz a companhia que atende mensalmente cerca de 30 milhões de clientes em suas lojas.
Consumidores
Os consumidores dividem opiniões. Quem faz uma despesa muito pequena para o lar não vê muita vantagem. É o caso da moradora de Mauá, Cirles Silva. Como são apenas duas pessoas em casa, ela e o esposo a compra de mercado é pouca e não justifica comprar em grandes quantidades. “Aqui somos só dois, quase não ficamos em casa, apenas tomamos café e jantamos em casa, por isso não tenho o costume de frequentar esses estabelecimentos do tipo atacarejo”, afirma.
Também moradora de Mauá, Krycia Pessoa, já faz diferente, quando encontra bons preços de carnes, por exemplo, recorre ao atacarejo. A ideia é investir um pouco mais e economizar na quantidade. “Quando tem alguma promoção de produto de limpeza eu também compro”, comenta.