
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que haja um médico geriatra a cada mil habitantes. Mas no ABC isso está longe de acontecer. Isso porque, das sete cidades, somente São Bernardo e São Caetano garantem atendimento com a especialidade médica. A nível nacional, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia aponta que, atualmente, há cerca de mil e 400 especialistas na área atuando no país.
Quem precisa de atendimento especializado em São Bernardo passa por uma avaliação com o médico da família, generalista e clínico geral para o tratamento geriátrico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Rudge Ramos e da Vila Marchi e na Policlínica Centro. Cada unidade realiza, por mês, cerca de 200 consultas com o especialista.
Já em São Caetano existem seis geriatrias localizadas nos Centros da Terceira Idade da cidade. Os pedidos para passar com os profissionais ocorrem por meio dos médicos da rede pública municipal e são encaminhados para a central de regulação, local onde ocorre os agendamentos. O município informa que não possui fila de espera, e os atendimentos não podem ultrapassar 30 dias. Em 2021 foram contabilizadas 3.128 consultas com geriatras, já em 2022, foram 4.190 consultas com geriatras.
Ribeirão Pires não conta com essa especialidade na cidade. Atualmente, existe uma fila de espera de nove pessoas e os munícipes são encaminhados para o AME Idoso Sudeste. Para agendar consulta, o munícipe deve passar com um clínico geral, responsável por encaminhar o paciente para a fila de espera.
Diadema também registra falta de profissionais da especialidade de geriatria. Diante dessa realidade, existe uma organização, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), para que a equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF) acompanhe a população idosa. A partir de um problema particular verificado durante a avaliação, o idoso pode ser encaminhado para um diagnóstico ou acompanhamento complementar em ponto referenciado do sistema.
Falta de atendimento
O geriatra Natan Chehter, do Hospital Estadual Mário Covas de Santo André, explica que o número de geriatrias disponíveis nas cidades do ABC não é suficiente para atender toda a demanda da população. “São poucos profissionais para atender a demanda. No Mário Covas, em Santo André, a fila de espera é de dois anos, e nas outras regiões do ABC, as pessoas vão precisar ir para outras cidades para receber atendimento especializado, então realmente é uma demanda muito maior do que a oferta dos profissionais que tem”, avalia.
O geriatra afirma que é preciso aplicar ações imediatas nas cidades para agilizar o atendimento e demanda dos pacientes. “Teria que ser feito um mutirão para pegar toda a demanda reprimida e resolver isso imediatamente. Além disso, seria necessário uma triagem para saber o segmento e os pacientes, para saber quem de fato precisa da especialidade”, diz.