Guerras, escassez de alimentos, conflitos políticos, entre outras temáticas que rodeiam nosso dia a dia e estimulam excessivamente nosso sistema cerebral. E tal sistema está programado para responder as ameaças. Porém, quando desregulado ele pode interpretar erroneamente uma ameaça, e a sensação gerada é de medo ou crise se ansiedade. O truque para lidar com a ansiedade é evitar estímulos desnecessários, recomenda Cyro Masci, médico psiquiatra.
De acordo com o médico, é importante olhar também para os estímulos biológicos e hábitos de vida, como excesso de cafeína, falta de sono, adormecer vendo violência, entre outros. Masci recomenda consumir no máximo quatro cafés expressos por dia e o último até as 17h, e, antes de dormir, se desconectar das redes sociais e cenas de violência. “Temos um cérebro atraído por desgraça e isso é explicável: fatos ruins grudam como velcro e fatos bons escorregam como feltro”, diz Masci, que sugere para cada impacto negativo consumir três positivos. “Aí seu cérebro entende que você está no controle”, explica.
Ansiedade mal tratada vira depressão, diz o psiquiatra que define ansiedade como uma tensão mental e corporal. “Na parte mental é uma preocupação constante que atrapalha seu cotidiano, e gera sintomas corporais como falta de ar, aperto no peito, na garganta, tensão nos ombros etc”, afirma.
Pets ajudam na ansiedade
Segundo o psiquiatra, quando enfrentamos dificuldades procuramos contato humano. E o contato com pet é muito saudável, pois os animais reduzem a atividade do sistema de resposta a ameaças do cérebro.
Quando nosso sistema cerebral se sente ameaçado, e queremos lutar ou fugir, nosso corpo libera um hormônio chamado cortisol, que prepara o organismo para uma reação de enfrentamento. “Mas se o cortisol for liberado muitas vezes durante o dia, incorretamente, podemos ter aumento da pressão arterial, maior chance de desenvolver o diabetes e entrar em depressão”, explica o médico.
Auto-avaliação para 2023
Para evitar esses sintomas, devemos checar se estamos estimulando nosso cérebro desnecessariamente, com estímulos químicos ou ambientais. “Se você tem uma preocupação constante e já tomou as medidas necessárias, mas mesmo assim ela persiste, então você tem de se tratar”, alerta o psiquiatra.
Segundo Masci, remédios para ansiedade não causam dependência. “Não se deve aumentar ou diminuir a dosagem por conta própria quando se sente melhor ou pior, porque esse é um dos fatores que levam ao fracasso do tratamento”, adverte.
O médico deixa algumas dicas valiosas para evitar a ansiedade, uma é que se você tiver uma preocupação escreva do papel e marque um horário para lidar com ela. Quando chegar a hora marcada, você verá que a lista com 10 itens caiu para três. Outra dica é respirar e expirar com calma, de preferência soltando o ar no dobro do tempo que inspirou. “Isso serve para controlar ansiedade e mostrar para seu cérebro que você está no controle”, ensina Masci.