
Com a vitória de Lula (PT) para presidente da República e consequentemente a ascensão de Luiz Marinho (PT), o ex-prefeito de São Bernardo e deputado federal eleito para o comando do Ministério do Trabalho, a classe trabalhadora será ouvida. Esta é a avaliação de sindicalistas.
Para Carlos Grana, ex-prefeito de Santo André, e que teve trajetória nos meios sindicais, e hoje é consultor sindical, o governo deve se debruçar na revisão trabalhista. Isso porque, há anseios de se recuperar direitos perdidos e colocar fim no trabalho intermitente, por exemplo. Segundo Grana, medidas implantadas pelo presidente Bolsonaro trouxeram “retrocesso” às pautas trabalhistas, conquistadas desde 1933.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges Júnior, diz que com a mudança do governo, uma coisa muda de imediato, o diálogo. “Lula e Marinho estão dispostos a conversar com a classe trabalhadora para entender seus anseios, além disso, a pauta da política industrial ganhará força“, afirma o sindicalista.
Cícero Firmino, o Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, também acredita no diálogo para que o governo consiga avançar em pautas trabalhistas. “Vivemos uma expectativa, um novo tempo, Marinho é qualificado e tem conhecimento, já Lula é líder nato e tem capacidade de fazer política como poucos e de conversar com todos os setores, sejam eles sindicais e ou empresariais”, diz.
Discutir normas e regulamentações trabalhistas devem estar no centro dos debates do novo governo e, para isso, é preciso unir os atores envolvidos em todo o processo. “Lula e Marinho devem abrir uma grande mesa de negociações com os trabalhadores, por meio dos sindicatos, e do capital, por meio de entidades patronais, desta forma revisar regras trabalhistas e colocar em prática políticas industriais”, comenta Teonílio Barba (PT), deputado estadual.
Novo regramento
Todos os ouvidos pelo Repórter Diário defendem um regramento para proteger trabalhadores autônomos. Como por exemplo, motoristas de aplicativos, que hoje têm jornadas extenuantes e sem qualquer tipo de contribuição previdenciária, férias, descanso semanal entre outros.