
Cerca de 100 vans escolares participaram de um protesto na manhã desta segunda-feira (12/12) no paço de Mauá. Com cartazes, faixas e caixas de som, os manifestantes quiseram chamar a atenção do prefeito Marcelo Oliveira (PT) para a situação da proibição para transferência de prefixo ou alvará, que segundo eles só acontece na cidade. Transferir o prefixo, significa transferir a licença para trabalhar na cidade para outra pessoa, o que não significa venda; pode ser transferência de pai para filho ou por impossibilidade do titular trabalhar. Segundo os manifestantes, o prefeito estaria em agenda externa, mas uma comissão composta por seis transportadores foi recebida na sede do Executivo e uma solução foi prometida para o próximo ano.
Segundo a transportadora Cristiane Bernal, uma das integrantes da comissão, os profissionais foram recebidos pelo secretário de Governo, Leandro Dias; pelo secretário de Trânsito e Sistema Viário, Reinaldo Soares de Araújo, e pelo secretário de Justiça, Matheus Sant´Ana. Os membros do governo garantiram que vão acatar a reivindicação dos transportadores, mas somente no próximo ano. “Disseram que esse ano não dá mais, mas para o próximo ano vão permitir a transferência de prefixos”, disse a Cristiane.
Cristiane integra a Comissão do Transporte Escolar, criada para resolver as questões com o poder público. Segundo ela durante a pandemia os transportadores foram muito afetados com a queda vertiginosa da renda, diante do fechamento das escolas nos períodos mais duros da emergência de saúde. O problema se agravou quando a prefeitura suspendeu as transferências alegando que isso era inconstitucional. “Nós provamos para eles que não era, levamos a discussão para a Câmara e lá entenderam nosso caso, mas a prefeitura estava inflexível. Nos recebiam, mas não resolviam o nosso problema, o protesto foi uma medida extrema”, disse a transportadora.
Segundo a integrante da comissão, há casos de transportadores que ficaram doentes e que querem passar o prefixo para os filhos. “Eles alegam que seria um mercado de venda de licenças, mas não é, trata-se de uma necessidade da categoria, em todo o lugar isso é permitido, em todas as cidades do ABC e da Grande São Paulo pode transferir, só em Mauá que não”, reclama.
Outra demanda colocada foi a dilação do prazo de uso das vans escolares, que varia de 15 a 18 anos de acordo com o tipo de veículo. “Quem estava para trocar de van no começo da pandemia quando parou tudo, teve que segurar, a ainda hoje a situação ainda não está normal para todos. Colocamos que esse prazo fosse esticado mais dois anos, isso também foi colocado para eles analisarem”, diz a transportadora escolar.
Nenhum termo de acordo foi elaborado sobre a reunião. “Foi um acordo de boca, esperamos que a prefeitura cumpra”, completa Cristiane. A prefeitura foi procurada para falar sobre os termos do acordo, mas não se posicionou até o fechamento desta reportagem.