
São exatos 751 dias que separam o 15 de novembro de 2020, data do primeiro turno daquele pleito, e o 11 de dezembro de 2022, data da eleição suplementar em Ribeirão Pires e que definirá quem comandará a Prefeitura até 31 de dezembro de 2024. Cinco nomes estão na urna: Agnello (MDB), Amigão D’orto (PSB), Carlos Sacomani (PMB), Gabriel Roncon (Cidadania) e Guto Volpi (PL). A troca de farpas e a judicialização do processo tomaram conta da busca de votos na Estância Turística.
Os mais de 90 mil eleitores retornam para as urnas eletrônicas após ver o resultado de 2020 ser impugnado. Clóvis Volpi (PL) teve seu diploma cassado, após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) avaliar que o então prefeito não tinha condições de disputar o pleito municipal, pois as contas da Prefeitura em 2012 estavam rejeitadas pela Câmara. Amigão, então vice, caiu por tabela devido a indivisibilidade da chapa.
Assim a cidade entrou com um mandato tampão de Guto Volpi, presidente do Legislativo, e que antes de tomar posse conseguiu ser reeleito para o comando da Casa de Leis, pois ainda não se sabia a data da eleição suplementar, o que foi confirmado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).

A partir do dia 3 de novembro começou a corrida para a definição das chapas. José Carlos Agnello prontamente fechou o seu nome dentro do MDB. Aos 68 anos, o empresário entra na disputa prometendo diálogo com o funcionalismo, inclusive com a escolha interna de que servidor poderá ocupar o cargo de secretário, e criticando seus adversários em relação a taxa de lixo, afirmando que não há como acabar com o tributo.
Carlos Sacomani volta para sua nova tentativa de ser prefeito em Ribeirão Pires. Único candidato que estava na campanha de 2020, realiza uma campanha mais discreta, porém, tranquila, por não ter se envolvido em nenhuma das polêmicas sobre os pedidos de impugnação de outros candidatos. Agnello foi um dos autores destas ações.
Amigão D’orto rompeu com o clã Volpi horas após a decisão do TSE, pois se sentiu deixado de lado ao ver Clovis dizer com todas as letras que o futuro candidato seria do PL. O ex-vice-prefeito se aliou a federação Brasil da Esperança (PT/PV/PCdoB) e também com o ex-prefeito Kiko Teixeira (PSDB). Alvo de pedidos de impugnação por parte de ex-filiados do Partido Verde, o político não teve problemas para garantir seu deferimento, apesar dos recursos que ainda serão analisados.
Guto Volpi entra na disputa tentando ser herdeiro da gestão de seu pai. Tentando manter o mesmo plano de governo de 2020, o prefeito interino também enfrentou ações para que seu nome fosse retirado, mas também conseguiu seu deferimento. Na campanha não se furtou em retrucar ou atacar os adversários, principalmente o ex-aliado Amigão, assim criando um embate direto durante a campanha.
Por fim, o ex-vice-prefeito Gabriel Roncon. A princípio o administrador se prepara para a disputa de 2024. Saiu do PTB e migrou para o Cidadania. Rompeu com Kiko Teixeira. Porém não contou com a federação Cidadania/PSDB e com uma disputa interna no tucanato que virou um dos pontos dos pedidos de impugnação que tem contra si. A Justiça Eleitoral acabou indeferindo sua candidatura, principalmente pela escolha da vice na chapa, Eliete Vieira (Cidadania), ter ocorrido um dia após o fim do prazo das convenções. Gabriel é o único que está “sob judice”, assim seus votos só serão validados caso consiga o deferimento.