
Recentemente a cantora Anitta foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr, conhecido como causador da “doença do beijo”. Ela contou sua experiência durante o lançamento do documentário “Eu”, produzido pela atriz Ludmilla Dayer e apesar de não existir um tratamento específico, sabe-se que a doença é benigna.
Seu período de transmissibilidade pode durar um ano ou mais, e passada a infecção o vírus se torna inativo no corpo podendo ser reativado em alguns casos. A doença é comum e na fase aguda dificilmente terá complicações. Em suas reativações, há a probabilidade de mal-estar, mas também sem maiores complicações porque os casos graves ocorrem em menos de 1%.
O que é a doença do beijo?
A mononucleose infecciosa, conhecida como “doença do beijo”, é causada pelo vírus Epstein-Barr através da saliva. Apesar do nome, ela não é transmitida somente pelo beijo mas também pelo compartilhamento de objetos contaminados, como talheres, escova de dente e copos. Em entrevista ao RD, o infectologista da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Juvencio Furtado, explica que a doença é benigna e alto resolutiva. “É raro mas pode ocorrer de mais tarde depois de uma infecção causada por esse vírus, décadas depois, o indivíduo ter um cansaço progressivo e desencadear a Síndrome da Fadiga Crônica. De qualquer forma, a doença tem um alto índice de benignidade”, esclarece.
Sintomas
A doença começa com linfonodos (gânglios linfáticos), febre e mal-estar que dura no máximo 30 dias. Além disso, também pode causar dor ao engolir, tosse, dor nas articulações, inchaço no pescoço, inchaço no fígado e baço, fadiga e amigdalite. Há casos também de pacientes assintomáticos.
Tratamento
Não há remédio e tratamento para a doença. É aconselhado ter um repouso relativo de acordo com o estado do paciente, e a maior parte das pessoas se curam em poucas semanas.
Possui relação com a Esclerose Múltipla?
A atriz Ludmilla Dayer luta contra a esclerose múltipla, doença que, segundo ela, foi causada pelo vírus Epstein-Barr. O infectologista esclarece que o vírus pode desencadear a doença. “Existem vírus que podem desencadear doenças autoimunes. Então, às vezes, qualquer vírus, como da gripe, até mesmo o coronavírus pode desencadear, não causar, podendo desencadear a Esclerose Múltipla, mas é raro. O que sabemos é que em alguns casos está relacionado a alguns tipos de linfoma, então da mesma forma que pode desencadear uma doença autoimune, pode desencadear também um linfoma, tendo o mais conhecido o linfoma de Burkitt”, diz.