Em novembro, a cesta básica nos supermercados do ABC ficou quase 2% mais cara e custa agora R$ 1.123,52. O vilão do aumento foi a cebola, que apresentou alta de 29,39%. O quilo do produto passou a custar R$ 8,76.

Fábio Vezzá De Benedetto, engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), responsável pela pesquisa em 12 supermercados na região, explica que o clima instável atrapalhou a safra do vegetal. “Hoje em dia, consumimos a cebola produzida no Sul do País, e por conta dos excessos e/ou falta de chuva, o impacto foi muito grande na nossa produção de alimento”, conta.
A cebola está, principalmente, concentrada em Santa Catarina. Fábio conta que uma segunda opção seria exportar o produto da Argentina, mas por conta de fatores externos, isso não tem acontecido. Ao longo do ano, o preço da cebola aumentou 40,37%, segundo os dados da Craisa.
Outro produto essencial nas refeições que também sofreu alta foi o tomate, que passou a custar 8,76 o quilo, um aumento de 11,88%. Vezzá comenta que, consequentemente, isso tem obrigado os consumidores a buscarem outras alternativas para compor a salada, como repolho e couve. “Infelizmente, podemos dizer que poucos produtos da lista melhoraram nos preços”, diz.

Sobre expetativas para dezembro, Fábio conta que, historicamente, dezembro é complicado no tocante a preços da cesta básica. Explica que o consumo é maior e muita gente recebe o décimo terceiro, com isso desaparecem as promoções nos supermercados. “Não há espera para preços baixos, pois a época tende a ser um período caro para o consumidor, infelizmente”.
Melhora no mercado
Mas nem tudo é notícia ruim para o bolso. Novembro também apresentou queda e/ou estabilidade no preço de alguns produtos. O quilo do açúcar refinado caiu de R$ 4,96 para 4,09/kg (-17,5%). O preço do litro do leite longa vida, também apresentou melhora, de R$ 5,15 para 4,97/kg (-6,93%). O arroz apresentou certa estabilidade, o valor do produto subiu apenas 0,04%, e pode ser encontrado a R$ 20,46 o pacote de 5 quilos.
Vezzá também conta que, durante a pesquisa, algumas mercadorias causaram problemas, que dificultaram o levantamento de dados, principalmente, produtos de limpeza. “A mudança nos formatos e tipos das embalagens fez com que sejam vendidos de maneira diferente, mas, mesmo assim, no acumulado do ano existe uma alta grande. Por exemplo, o sabão em pó já subiu 88,2% entre janeiro e novembro”, afirma.