
O fechamento de dois motéis na Vila Balneária, região do Riacho Grande, em São Bernardo, está causando um grande problema de segurança pública no entorno. Desde dezembro de 2020 o Glamour e o Vale das Flores fecharam suas portas e no local não foi colocado nenhum tipo de vigilância, com isso os os prédios foram invadidos e saqueados. Os estabelecimentos vizinhos reclamam que bandidos se escondem nestes locais para praticarem assaltos a quem passa na rua. A sensação de insegurança e a aparência de abandono da Estrada Martin Afonso de Souza já afugentam clientes dos demais estabelecimentos.
Segundo Carlos Alberto Soares Sobrinho, proprietário do Motel Estoril, a insegurança fez com que a clientela diminuísse. “As pessoas passam por aquilo ali e ficam receosas, têm medo de serem assaltadas entrando ou saindo. Eles acham que aqui está tudo abandonado, mas não é verdade. O nosso movimento começou a cair quando os saques começaram e tem gente que fica escondido lá, usando drogas, para fugir da polícia ou para assaltar quem passa na rua”, comenta.
O empresário disse temer pela própria segurança, teme que os invasores que saquearam dos dois motéis que fecharam, também tentem cometer furtos nos que estão funcionando. “A polícia a gente chama a toda hora, mas eles chegam e não tem um responsável pelo motel para fazer a queixa, com isso já levaram tudo, mas tudo que dava para retirar já foi saqueado, até as telhas, só não levaram as paredes porque não conseguiram”, disse Sobrinho.
A empresária Carla Zaponi, do motel Aloha, que fica vizinho a um dos estabelecimentos abandonados, disse que a preocupação maior é trazer de volta o clima de tranquilidade para a Vila Balneária e que os clientes se sintam seguros. “Na época em que os saques começaram foi bem difícil, pois pedimos ao proprietários que fizessem alguma coisa, que tomassem providências, mas deram as costas e não fizeram nada”, disse. Ela diz que não foram registrados problemas com clientes, mas que os funcionários que circulam pela vila, muitas vezes à pé têm receio. Tanto que o horário de trabalho de alguns destes trabalhadores foi alterado.

No momento em que os donos de motéis pensavam que iriam investir para atrair mais clientes e recuperar os prejuízos que tiveram na pandemia da covid-19, acabaram investindo no reforço da segurança. Carla disse que tanto no Motel Aloha como no buffet que tem na mesma estrada, teve que reforçar as cercas elétricas, colocar mais câmeras e mais pessoal para vigiar o entorno. “Mesmo assim colocaram uma escada no muro do fundo, que faz divisa com o motel Glamour, e furtaram roupas e até bicicleta dos nossos funcionários”, lamenta.
Providências
A prefeitura de São Bernardo informou, através de nota, que tem feito patrulhamento no entorno. “A GCM (Guarda Civil Municipal) tomou conhecimento da situação por meio de reunião do conselho comunitário de segurança realizada no bairro. A GCM já elaborou um planejamento e tem realizado o patrulhamento preventivo na Estrada Martin Afonso de Souza, na Vila Balneária, e adjacências, com intuito de coibir crimes e invasões”.
A administração diz que imóveis abandonados podem ser tomados pelo município. “A administração dispõe da Lei Municipal 6.691/2018, que autoriza a arrecadação de imóveis particulares abandonados e que acumulam dívidas com o município, visando a utilização social dessas áreas. Entre as ações feitas por meio desta Lei estão a nova base central do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), no Centro, a segunda unidade do Bom Prato, no bairro Assunção, e uma praça-parque na Vila Helena”, diz a nota da prefeitura.
Também através de nota, o comandante do 6° Batalhão da Polícia Militar, coronel Vlamir Luz Machado, disse que a situação da Vila Balneária está entre as prioridades. “Informamos que o bairro Vila Balneária faz parte do Cartão de Prioridade de Patrulhamento, atualizado quinzenalmente conforme dados obtidos pelos sistemas de inteligência da Polícia Militar; ainda, na região são realizadas ações policiais de intensificação de patrulhamento, obedecendo aos planejamentos de acordo com as análises geoprocessadas dos locais e horários onde ocorrem os delitos. Essas ações ainda contam com o efetivo territorial da 6ª Companhia PM, com reforços das Forças Táticas e Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM); igualmente é direcionado para a região um reforço com emprego dos Policiais Militares que se inscrevem nas atividades de Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar (Dejem)”.