ABC - terça-feira , 7 de maio de 2024

Rodovias que cortam o ABC têm mais carros, mais acidentes e menos mortes

Rodovia Anchieta, que recebeu investimentos e implantação de novas faixas em 2018. Foto: Gabriel Inamine/PMSBC

As principais rodovias que cortam o ABC recebem atualmente 244 mil veículos por dia, fluxo que aumentou nos últimos três anos. Para quem vive na região elas são como avenidas que encurtam caminhos e para quem transporta encurtam também o tempo de viagem. O sistema Anchieta-Imigrantes, administrado pela concessionária Ecovias, e o trecho sul do Rodoanel Mário Covas, administrado pela SPMar, já registram o maior fluxo de veículos dos últimos três anos, o que demonstra que o movimento já supera o período mais crítico da pandemia da covid-19. Juntamente com o aumento de veículos vem também um número maior de acidentes, porém aqueles com vítimas fatais diminuíram.

Segundo informações da SPMar, no trecho do Rodoanel que passa pelo ABC, que tem 35 quilômetros, passando por São Bernardo, Santo André, Ribeirão Pires e Mauá, ocorreram 184 acidentes em 2020, ano que teve movimento bem menor por conta das medidas de restrição de circulação de pessoas, a média foi de 15,3 acidentes por mês; no ano passado foram 308 acidentes, com a média mensal saltando para 25,6 e neste ano, de janeiro a setembro, foram 331 acidentes, 36,7 em média por mês.

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Apesar do fluxo maior e de mais acidentes, estes foram menos fatais. Considerando apenas o ano passado e os nove meses deste ano, é possível enxergar essa redução. No ano passado foram seis mortes em acidentes no trecho do ABC do Rodoanel, uma morte a cada dois meses; neste ano, de janeiro a setembro, foram três fatalidades, uma em cada três meses. Circulam pelo trecho cerca de 89 mil veículos todos os dias.

No sistema Anchieta-Imigrantes também aconteceram mais acidentes e menos mortes. Segundo relatou a Ecovias, em 2020, mesmo com as medidas de restrição foram 788 registros de ocorrências trecho do ABC das rodovias Anchieta (km 14 ao 42) e Imigrantes (km 14 ao 44), média de 65,8 por mês. No ano passado, já com a circulação de pessoas voltando ao normal, foram 922 registros, média de 76,8, e neste ano, de janeiro a setembro, foram 695 acidentes, 77,2 de média/mês. As mortes foram 21 no ano do início da pandemia, e subiram para 30 no ano passado, média de 2,5 ao mês, neste ano foram 24 fatalidades em nove meses, praticamente a mesma média mensal.

Investimentos

A explicação para o número de acidentes fatais ter diminuído é, segundo as concessionárias, o investimento em obras de conservação e sinalização. O Rodoanel recebeu, só no trecho que passa pelo ABC R$ 85 milhões em obras desde 2020 até agora. “O Rodoanel Mario Covas, se caracteriza por receber um fluxo intenso de veículos pesados. Dos 89 mil veículos que passam diariamente pelo trecho 23 mil são caminhões. Especificamente no ABC foram investidos em 2020, R$ 50 milhões, a maior parte na recuperação de pavimento flexível. Em 2021 o investimento superou os R$21 milhões, com destaque para as intervenções no pavimento rígido no trecho que corta a região. Já em 2022, até o momento, foram investidos R$ 14 milhões em recuperação de obras de arte especiais, além de manutenção de pavimento. Vale ressaltar que os trechos Sul e Leste do Rodoanel se mantêm entre as rodovias com menor média de acidente do Estado de São Paulo”, detalha a SPMar, em nota.

Trecho Sul do Rodoanel que recebe 89 mil veículos por dia, sendo 23 mil deles caminhões. (Divulgação)

As duas rodovias que integram o Sistema Anchieta-Imigrantes totalizam 176 km de extensão, sendo que destes, 72,5 km estão localizados no ABC. “No ano passado, a Ecovias investiu R$ 101,9 milhões em obras de ampliação e manutenção em todo o Sistema Anchieta-Imigrantes. Já em 2020, o investimento foi de R$ 115,9 milhões”, informou a concessionária, em nota. A Ecovias destacou três horas importantes realizadas no trecho em que o sistema passa pelo ABC. A mais recente delas, concluída em 2018, foi a implantação da marginal norte (sentido SP da via Anchieta, em São Bernardo, entre os km 18 e 23), onde a pista passou a contar com cinco faixas no sentido de São Paulo ajudando a reorganizar e segregar o fluxo de veículos. A empresa apontou ainda a construção do trevo do Riacho Grande, concluído em 2006, na altura do km 29 da via Anchieta e que contemplou dois viadutos e 12 alças de acesso. Em 2013 foi realizada a implantação da 5ª e 6ª faixa da Rodovia dos Imigrantes, que ampliou em 50% a capacitada do tráfego, sentido São Paulo, no trecho do km 39 ao km 26.

 

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