ABC - quarta-feira , 4 de dezembro de 2024

Professora de Ribeirão Pires é vítima de perseguição após fala em sala de aula

Escola Estadual em Ribeirão Pires onde a situação narrada pela professora ocorreu. (Foto: Google)

A professora Amanda Moreira Tabarelli, que trabalha na escola estadual Professora Ruth Neves Sant´Anna, em Ribeirão Pires, disse que está sendo ameaçada nas redes sociais e alvo de um processo de apuração na Diretoria de Ensino de Mauá, por algo que não cometeu. Uma fala da educadora foi considerada por um aluno demonstração de transfobia, o que ela nega, e a partir de então suas redes sociais foram permeadas por mensagens ameaçadoras.

“Eu disse que, na natureza, os seres nascem machos e fêmeas. Só isso, mas uma aluna se sentiu ofendida e me acusou de preconceituosa. A mãe dela foi até a escola dizendo que eu deveria me retratar, mas retratar do quê? O que sei é que levaram isso para o Comads (Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual) e passei a ser atacada”, relatou a professora ao RD. O episódio que ocorreu em sala de aula, foi no dia 22 de agosto. No dia seguinte começaram as ameaças por meio de redes sociais como Twitter e Facebook.

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Amanda disse que está sendo feita uma apuração sem caráter legal na Diretoria de Ensino, pois já pediu para ser informada sobre o processo, mas até agora isso não aconteceu. “Mandaram uma supervisora da Diretoria de Ensino para me entrevistar, mas ela não apresentou nenhum processo que justificasse essa coleta de informações. Fiz requerimento para ter acesso ao processo e me pediram 10 dias de prazo”, diz.

A professora, que atua há 11 anos na rede estadual, disse que está sendo vítima de fofocas e que estão promovendo uma ‘caça às bruxas’. “Essa fofoca me colocou em exposição e linchamento público”. Amanda elaborou um boletim de ocorrência para se proteger das ameaças que tem sofrido em redes sociais. “Eu moro na cidade e tenho filho, estou com receio de sair na rua”, afirma.

Em nota, a Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) disse que ainda não há um procedimento formal de apuração instaurado. “A Seduc-SP repudia todo tipo de discriminação dentro e fora do ambiente escolar. A secretaria informa que não havia apuração em andamento e que a supervisora da Diretoria de Ensino de Mauá foi até a unidade somente para realizar uma escuta diante das denúncias levantadas. Um processo de apuração será instaurado para averiguar a conduta do profissional, para que as medidas cabíveis sejam tomadas.  A escola coloca à disposição do estudante, mediante autorização dos responsáveis, o atendimento pelo Programa Psicólogos na Educação. O caso foi inserido na Plataforma Conviva SP – Placon, que acompanha o registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino. A unidade escolar e a Diretoria de Ensino de Mauá estão à disposição da comunidade escolar para esclarecimentos”.

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