Em entrevista ao RDtv, o professor do curso de Engenharia Civil da FEI (Centro Universitário FEI – Campus São Bernardo), Fernando Ribeiro, defende que o poder público e a iniciativa privada necessitam de conexões com as instituições acadêmicas para aperfeiçoar e colocar em prática as pesquisas elaboradas em observatórios acadêmicos. Segundo Ribeiro, o desenvolvimento de projetos de mobilidade não se resume a ligar corredores a municípios, é necessário pesquisas antropológicas e geográficas que, muitas vezes faltam nas decisões.
Para o especialista, tudo que é estudado a fim de melhorar a mobilidade urbana e outros temas em discussão pelas empresas e instituições privadas, é bem-vindo, e o investimento em pesquisas é fundamental. “Não conseguimos ter tudo jogado no governo ou simplesmente colocado para os investidores, mas sempre que possível temos que realizar este alinhamento de cooperações técnicas para o desenvolvimento destas correlações”, defende o professor Ribeiro.
Após a pandemia, período em que o volume de veículos nas ruas diminuíram, o País retornou a ter grandes engarrafamentos e aumento no número de acidentes nas ruas. “O trânsito passou, novamente, a ser uma problema de saúde pública. Famílias voltaram a perder tempo precioso juntas ficando horas no trânsito na saída do trabalho”, diz o professor.
Ribeiro acrescenta, ainda, que o maior desafio da mobilidade são as previsões, seja de engarrafamento ou até como o transporte público deve se comportar em diferentes situações.
“O que temos como principal ferramenta na engenharia são as simulações em grandes vias, que são feitas por meio de softwares que criam modelos de trafego de veículos e de pedestres em grandes terminais urbanos”, analisa. É através destes modelos e por meio de coleta de dados que os especialistas analisam os diferentes cenários no trânsito.
O professor diz que a FEI projeta, como maneira de auxiliar os estudantes, uma análise de polos de tráfego para contribuir com a fluidez no trânsito. “O curso de engenharia civil não pode formar apenas engenheiros para construções. Procuramos trazer para o ABC visões diferenciadas de como novos empreendimentos imobiliários podem ser tornar um ponto de grande tráfego de veículos e pessoas”, finaliza.