
Os casos de síndromes respiratórias aumentaram entre julho e agosto resultado o inverno. Na região as prefeituras sustentam que apesar de mais atendimentos não há muitas internações, mas para o médico e professor de pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss, todos devem ficar atentos aos sintomas e, se houver febre e tosse mais forte ou persistente, deve-se procurar o atendimento médico..
“Os problemas respiratórios são mais comuns nessa época do ano, entre outono e inverno, e mais agora em que estamos com temperaturas extremamente baixas e outras que chegam aos 29 graus. Com essas variações o que mais acontece sãos as infecções respiratórias, as viroses, os resfriados e temos tido também muitos casos de influenza, ou seja, gripe. Os casos de covid-19 são muito poucos atualmente”, explica o pneumologista.
A orientação geral é se proteger dos vírus e, para o que tiver vacina, vacinar-se. “O principal é a vacina antigripal, a higiene as mãos e evitar o contato com pessoas que têm sintomas. Se você tiver algum sintoma respiratório, use máscara e isso vai ajudar a prevenir que você transmita para outras pessoas” orienta o especialista.
As crianças e os idosos são sempre os mais vulneráveis às síndromes gripais. Segundo Elie Fiss, se for necessário enfrentar o frio, além do agasalho, uma boa hidratação também ajuda. “Essas variações bruscas de temperatura afetam, além de crianças e idosos, os portadores de doenças pulmonares crônicas, como asma, bronquite, enfisema e, vias aéreas superiores, rinites, o que acaba desenvolvendo também sinusites, que são infecções inicialmente virais, mas que podem ter evolução bacteriana. Pneumonia também é algo muito mais comum nessa época. Então boa alimentação, boa hidratação, vacinação e uma vestimenta adequada, ajudam a prevenir”.

Para quem ficou doente, na maioria dos casos o tratamento pode ser feito em casa, mas o médico pneumologista alerta para o caso de ocorrer o agravamento dos sintomas. “Se tiver sintomas como tosse, coriza, febre e espirros você deve procurar um serviço médico. Se forem sintomas extremamente leves, como só coriza e espirro, acredito que não há problema da automedicação. Mas apareceu febre e uma tosse mais persistente e intensa já é um sinal para se procurar um serviço de atendimento médico”, orienta. A máscara facial também pode ajudar, evita que o doente infecte outras pessoas. “Além disso, os idosos devem usar e os passageiros no transporte coletivo, pois a covid ainda está por aí”, completa o especialista.
Prefeituras
Com base nos informes que as prefeituras os casos de síndromes gripais tiveram alta nos últimos dois meses. No caso de Diadema, a administração informou que de julho para cá o número de atendimento às síndromes gripais aumentou cerca de 20%, sendo que 40% dos atendimentos são de crianças. O município disse ainda que não alterou o atendimento para dar conta dessa número maior de pacientes.
Em São Caetano, entre julho e 1° de setembro foram 1.309 atendimentos a síndromes gripais somente em crianças. Quanto ao atendimento geral, entre crianças e adultos, o pico aconteceu na primeira quinzena de julho. A prefeitura informou que tem apenas dois pacientes internados com síndromes respiratórias.
A prefeitura de Ribeirão Pires disse que, no geral, o atendimento às síndromes gripais está estável, com média de 324 atendimentos por dia, mas se consideradas somente as crianças houve amento. “Houve um aumento no atendimento pediátrico na UPA. Nos cinco primeiros dias de agosto 329 crianças foram atendidas, enquanto nos cinco primeiros dias de setembro 442 crianças receberam o atendimento, aumento de 34%. Dessas 442 crianças atendidas, aproximadamente 80% são casos de problemas respiratórios”, informou a prefeitura em nota.
Já São Bernardo informa que de julho até o momento não foi observado aumento percentual de atendimentos a pacientes que procuram as unidades de Pronto Atendimento com queixas respiratórias. “Em média, 38% dos atendimentos nas UPAs estão relacionados aos sintomas, sendo que 8,7% são em crianças. Os casos são identificados na Classificação de Risco, conforme os sinais de gravidade apresentados pelo paciente, de acordo com o Protocolo de Manchester. Atualmente, são dez leitos destinados, exclusivamente, para o tratamento de síndromes respiratórias, sendo que nenhum deles está ocupado no momento”, informou em nota.
As prefeituras de Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra não informaram sobre os atendimentos.