Alimentos “milagrosos” para a perda de peso, sejam eles para uma parte específica do corpo como a barriga ou para diminuir os números na balança, não existem, segundo Sueli Longo, presidente da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. Em entrevista ao RDtv, a especialista explica que os alimentos não possuem mapa de mobilidade para determinada área do corpo, assim, a propagação de chás, comprimidos e águas para emagrecer são apenas “mitos utilizados para fazer a perda de peso parecer fácil”.
Outro grande mito disseminado na Internet é a exclusão de alimentos ou grupos alimentares para ajudar na redução do peso corporal, atribuindo o consumo de certos alimentos a total responsabilidade pelo ganho de peso. “Um alimento sozinho não consegue nem ser o vilão e nem ser o mocinho. É necessário olhar para a matriz alimentar, já que é ela que deve fornecer todos os nutrientes que o corpo precisa”, explica Sueli.
A SBAN organiza, neste mês, o 16º Congresso Nacional da SBAN, que acontece de 11 a 13 de agosto, no Espaço Fecomércio, em São Paulo. O evento ocorre de maneira presencial e terá como tema central “Alimentação e Nutrição: A Transdisciplinaridade na Prevenção e Tratamento da Obesidade e Doenças Associadas”. São mais de 50 palestrantes brasileiros e cinco estrangeiros.
Sobre o congresso, Sueli expõe que a obesidade deve ser tratada por vários segmentos da área da saúde, principalmente por se tratar de uma doença multifatorial. “Temos que contar com a ação dos profissionais que trabalham com o paciente para buscar a questão da prevenção e/ou de repente, as origens da obesidade, que precisam ser identificadas e tratadas rapidamente”, diz a presidente.
Outra temática que será trabalhada no congresso é obesidade como doença crônica, não transmissível e que possui complicações associadas. “Tudo que devemos estar atentos ao atender um paciente obeso, no ponto de vista de prevenção de distúrbios, vamos mostrar e falar no Congresso”, afirma.
Sueli ressalta, ainda, que a obesidade não é consequência da pandemia, e a doença está em alta há anos, por conta da piora na alimentação das pessoas e do sedentarismo “A pandemia pode ter complicado a situação, já que o paciente obeso é mais suscetível a ter complicações, inclusive da covid-19”, esclarece.
A presidente da SBAN explicita que a falta da prática de exercício física e o aumento do sedentarismo são algumas das causas para o atraso no tratamento da obesidade. “Não sabemos explicar porque para algumas pessoas é tão difícil praticar atividades físicas, mas, como profissionais da saúde, devemos incentivar a prática e ilustrar a importância de exercícios diariamente”, finaliza.