Série ‘Novelei’ imagina como seria o mundo sem novela

(Foto: Reprodução)

Muitas coisas poderiam desaparecer e falta alguma fariam, como já ocorreu por vezes na linha do tempo da humanidade. Mas existem outras que seria difícil imaginar caso não existissem. Pensando nisso, a autora Bia Braune criou uma situação surreal, na qual simplesmente não existiriam novelas no mundo. Isso mesmo, nada de folhetins – pior, ninguém sabe o que é uma novela, ou quase ninguém. Em Novelei, projeto da Globo com o YouTube que estreia nesta segunda, 11/7, às 20 h, no canal da emissora na plataforma, o que se coloca é essa criativa loucura, que levará o público a um mundo inimaginável.

A autora, que integrou o núcleo de roteiristas do programa Videoshow e traz dessa fase referências que guardou na memória, tem Nigel Goodman e Marcelo Martinez como colaboradores e pensou a série como homenagem aos 70 anos do gênero no País. Bia explica que a ideia foi exatamente usar o humor para pensar como seria o mundo sem novelas. “Ficou um lugar de caos e destruição”, diverte-se a dramaturga, que acredita ser do feitio do brasileiro ter “uma novela do coração”, daí a perplexidade em pensar no desaparecimento dessas produções. E é aí que entra o Vitinho, personagem de Paulo Vieira. “Ele tem de recriar as novelas para o universo voltar ao equilíbrio”, avisa.

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“Apesar da subversão, os episódios seguem fiéis ao roteiro original e os detalhes de cada novela estará lá”, afirma Bia sobre o enredo. Na história, Vitinho é um assistente de produção e arregimenta um time de influenciadores digitais para refazer as tramas, que desapareceram após ocorrer um bug no sistema, o que levou ao sumiço dos folhetins. Assim, Thalita Meneghim, Gusta Stockler, Phellyx, Babu Carreira, Evandro Rodrigues e Livia La Gatto terão de se embrenhar na nessa refilmagem. Mas, como revela a autora, uma novela, Kubanacan, resiste a tudo e fica no ar de forma constante. “Kubanacan é um clássico cult e os noveleiros têm paixões por pérolas cults”, diz.

Mundo paralelo

O trabalho da equipe para a recuperação das novelas será arcaico, utilizando o que for possível de cenário e técnica. “A cada episódio, temos de criar uma novela da Globo”, explica Paulo Vieira, que vive Vitinho com um “personagem único e brasileiro, original” e que se identifica com ele por esse “amor pela TV aberta”, afirma, confessando ser mesmo um noveleiro e que esse gênero foi base de sua formação cultural.

Além dos jovens que compõem a trupe de Vitinho, a série conta com a participação de Tony Ramos, o Seu Tony, como é chamado e que será o elo com esse passado, mas que também está desaparecendo. O próprio ator explica que seu personagem será procurado para ajudar nessa empreitada maluca. “O meu personagem é de um pesquisador, de um historiador, de um revolucionário, no sentido de levantar novamente a própria história da telenovela. Me senti muito bem interpretando, um exercício novo”, afirma Tony. Outra peça fundamental será a Susaninha, vivida por Susana Vieira, no papel de uma Inteligência Artificial, que contribuirá para o trabalho de recuperação das novelas esquecidas. “Foi tudo inusitado”, comenta a atriz.

Curioso

Para se ter uma ideia sobre Novelei, por exemplo, na versão de Avenida Brasil decidiram que Nina enfim terá um pen drive para salvar as fotos comprometedoras de Carminha. Já em Laços de Família, Camila se recusa a raspar a cabeça. Em cada episódio, em um total de nove, uma novela será o tema. Começa com Vale Tudo e segue com O Cravo e a Rosa, Laços de Família, Vamp, Mulheres de Areia, Torre de Babel, O Clone, Avenida Brasil e Senhora do Destino. A direção tem assinatura de Felipe Joffily.

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