
O PT vive um momento inédito em sua história ao conseguir liderar as pesquisas pré-eleitorais para governador de São Paulo. Para o deputado federal e pré-candidato a reeleição, Vicente Paulo da Silva, Vicentinho (PT), tal fato ocorre em consequência a passagem de João Doria e um possível “desmantelamento” do PSDB no Estado. Em entrevista ao RDtv nesta quinta-feira (7/7) o petista comentou sobre o atual cenário eleitoral.
Ao ser questionado sobre a mudança de cenário que coloca Fernando Haddad (PT) na liderança das pesquisas de intenção de voto, algo inédito em terras paulistas, Vicentinho aponta que apesar do período de 28 anos de governos tucanos no Estado, as ações internas de Doria enquanto governador e o período em que foi pré-candidato a presidente acabaram com parte desta hegemonia.
“Vamos nos lembrar do PSDB que foi um partido hegemônico nesse período, ao longo de mais de 20 anos. Eu acredito que a entrada do Doria neste contexto, tanto para governador quanto para presidente, e a relação internas que eles tinham, para mim, desmantelou completamente esta hegemonia do PSDB. Depois do PSDB quem é que apareceu? O Haddad, o Partido dos Trabalhadores, até porque no momento das piores crises, do maior sofrimento que nós temos, o PT, ainda comparado com os outros partidos, é o partido mais respeitado”, explicou.
Apesar da visão positiva sobre o cenário pré-eleitoral, Vicentinho considera que o partido tem que manter o pé no chão para evitar um clima antecipado de vitória. Tal medida é válida até mesmo para o cenário nacional em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também lidera com números que dão margem para uma possível vitória no primeiro turno.
Questionado sobre um possível vice de Haddad, Vicentinho afirmou que ainda não sabia de qualquer nome, nem mesmo sobre a notícia do colunista Lauro Jardim, do O Globo, que cravou o nome do ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB) como o nome escolhido.
Busca pela reeleição
Em seu quinto mandato como deputado federal, Vicentinho afirmou que teve o apoio de seu conselho de mandato, grupo formado por apoiadores espalhados pelo Estado, que o ajudaram a manter o nome para a disputa da sexta legislatura consecutiva. O petista considera que tenha potencial para seguir na Câmara dos Deputados.
Morador de São Bernardo, o parlamentar não escondeu sua irritação com notícias espalhadas pelas redes sociais sobre a falta de repasses para a região. Inclusive fez questão de entregar para a reportagem os valores enviados para cada cidade do ABC por meio de emenda. Diadema recebeu R$ 11,025 milhões, Mauá recebeu R$ 6,520 milhões, Ribeirão Pires conseguiu R$ 5.552.676, Rio Grande da Serra contou com R$ 2,150 milhões, Santo André com R$ 6,228 milhões, São Bernardo com R$ 5.597.400, e São Caetano com R$ 1 milhão.