A desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de disputar o comando da Nação, fez com que muitos de seus apoiadores no ABC tenham lamentado a decisão anunciada nesta segunda-feira (23/5). Agora todos aguardam os próximos passos do tucanato e a possível confirmação de apoio ao nome da senadora Simone Tebet (MDB) como a pré-candidata do chamado Centro Democrático (ou Terceira Via) para presidente.
Integrante da linha de frente de apoio ao ex-presidenciável, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), afirmou que se sentiu triste pela decisão de Doria. “Com a saída de João da corrida presidencial, a defesa da democracia perde um de seus grandes candidatos e o ponto de equilíbrio nessa dura polarização ideológica que o Brasil atravessa”, escreveu o tucano.
Morando relatou a proximidade do ex-governador com São Bernardo e colocou que o próximo ponto é decidir dentro do partido uma “nova alternativa comprometida em fazer as transformações que o Brasil precisa e merece”.
A deputada estadual Carla Morando (PSDB), que também acompanhou presencialmente o pronunciamento de João Doria na Capital, lamentou a atitude. “Em toda a sua gestão, esteve próximo de São Bernardo, do ABC e de todo o Estado de São Paulo, independentemente de partido, trazendo melhorias jamais vistas anteriormente”.
O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), seguiu a linha dos que entendem a necessidade do PSDB seguir a opção de se unir ao chamado Centro Democrático. “O PSDB tomou a opção lá atrás de fazer parte deste chamado Centro Democrático, eu acho que agora estamos ingressos nesse Centro acolhendo, eu entendo, que já há uma indicação da senadora do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet (MDB), para que seja a candidata do Centro Democrático. Portanto eu acho que agora cabe a continuidade nesse processo de construção, talvez com o PSDB indicando o nome para vice, não sei, não conheço os detalhes das tratativas e da construção dessa chapa, mas eu entendo que a cabeça de chapa já está definida pela senadora Simone Tebet (sic)”, disse.
“Eu acho que na verdade o governador teve um sucesso político de que não havia espaço para o nome dele isoladamente. Acho que a partir do momento em que foi combinado lá atrás de que fosse formado esse Centro Democrático, acho que não tem muito o que falar agora que não seja que temos que seguir as regras do jogo. Um desgaste existe naturalmente, sempre que tem uma saída forçosa, sobretudo que a política não conseguiu resolver, você tem desgaste”, concluiu Auricchio.
Claudinho da Geladeira (PSDB), prefeito de Rio Grande da Serra e que entrou no tucanato quando João Doria buscava ampliar seu apoio no Estado durante as prévias de novembro, também afirmou ter ficado triste pela decisão tomada.
“Eu fico triste pelo que o governador fez pelo Estado de São Paulo, o maior estado do Brasil, praticamente é um país e ele fez um governo para os 645 municípios quando ele cria um sistema de municipalização, ou seja, um governo municipalista que não vê o partido, que não vê a origem de cada partido, mas que vê o governo de cada cidade e que fez um governo extremamente organizado. Vejo que poderíamos ter um presidente com um olhar moderno, com um olhar diferenciado para que pudesse ter um País muito diferente. Eu vi a luta dele na vacina, a luta dele na tecnologia, a luta dele na gestão, dando a oportunidade para a juventude, montou um grande secretariado. Nunca vi na história do Estado de São Paulo os prefeitos sendo tão bem atendidos pelo governo e pelo secretariado. Eu fico triste de não ter ele como candidato, pois sairia dessa rotina que temos hoje com uma disputa pessoal e sem a preocupação com a população”, falou Claudinho.
O deputado federal Alex Manente (Cidadania), uma das lideranças da federação com o PSDB, entende que Doria acabou tomando uma decisão que pensou no coletivo. “Havia uma pré-disposição da cúpula tucana, do PSDB que é partido no qual estamos federados, de conversar com o Doria e avaliar de fato as condições da candidatura dele, que no entendimento de todos, inclusive da pesquisa que foi realizada, havia muitas dificuldades. Creio que ele, de maneira desprendida do seu interesse individual, fez um gesto de grandeza ao retirar a candidatura com esse entendimento de que não tinha respaldo da base partidária, então eu acho que ele teve um grande gesto de grandeza”, explicou.
“E sempre lembrando que nenhuma candidatura é sobre o candidato, é sobre os outros. Então com essa decisão ele entende que a sua candidatura é uma decisão dos outros e não dele mesmo e qualquer representante público que tiver essa visão sempre terá sucesso nas suas decisões”, concluiu o parlamentar.
(Informações: Leandro Amaral)