
Ajudar os animais em situação de rua parece tarefa fácil em que a única exigência é o amor, mas nem todas as pessoas têm dinheiro, espaço e tempo para cuidar dos pets, já que a adoção, ainda que temporária, gera despesas. No ABC, nenhuma prefeitura dispõe de lar temporário para abrigar animais saudáveis até o momento da adoção, o que faz com que ONGs e protetores tenham que desempenhar o papel.
Em São Bernardo, são recolhidos apenas animais que apresentam riscos à saúde coletiva e ao meio ambiente, mediante a averiguação de autoridades competentes. Os animais sob os cuidados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) passam por avaliações de veterinários, além de serem castrados e vermifugados para estarem aptos à adoção.
A cada dois meses, são realizadas feiras com esses acolhidos, além da adoção direta no CCZ. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, com orientações quanto à posse responsável. Em 2021, 59 animais foram adotados, sendo 18 cães e 41 gatos. Neste ano, foram 33 adoções, com 7 cães e 26 gatos.
Para diminuir a reprodução acelerada de animais, o município realiza campanhas de castração, procedimento que obedece a critérios de fiscalização zoossanitária, de promotoria ou junto de protetoras, em bairros onde a demanda de abandono e consequentes riscos à saúde coletiva são grandes.
Maus-tratos e abandono de animais são crimes e as denúncias devem ser direcionadas ao DICMA (Delegacia de Investigação de Infrações e Crimes contra o Meio Ambiente).
Santo André
Em Santo André também não há serviço de acolhimento animal, tanto para os saudáveis quanto para os com alguma zoonose. Deste modo, a protetora de animais, Camila Ferrini, de 41 anos, avalia que as ações desempenhas, embora eficientes, não são totalmente eficazes. “A Prefeitura tem serviço de castração, vacinação banco de ração e moeda pet (troca de garrafas pet por ração), mas falta serviço de acolhimento para aqueles animais que ainda estão nas ruas”, avalia.
Camila relata que uma das dificuldades enfrentadas se dá para o serviço de castração dos animais que acolhe. “Para a castração de cães e gatos é preciso realizar um cadastro, do qual o animal pode ser castrado via CCZ ou Castramóvel, só que demoram cerca de um mês para chamar os bichinhos”, conta.
Já na cidade ao lado, em São Caetano, animais com sintomatologia de doenças zoonóticas ou com potencial de acidente (mordedura grave, por exemplo), são abrigados no Centro de Controle de Zoonoses. Para se ter ideia, no ano passado 81 animais foram recolhidos das ruas, enquanto este ano foram 25. No entanto, animais saudáveis e desabrigados não são resgatados.
A Prefeitura também conta com programa gratuito de castração animal, mas que no momento está suspenso temporariamente, para “organização do serviço”.
Feira de Adoção
Em Diadema, o CCZ possui canil e gatil para abrigo temporário de animais. Desde 2008, quando foi proibida a cessão da vida de cães e gatos sadios, a principal via de saída tem sido a adoção. Neste ano, 92 pets passaram pelo CCZ. Além das feiras presenciais, a adoção de cães e gatos pode ser feita pelo site adoteamor.diadema.sp.gov.
Como as campanhas de vacinação estão suspensas na cidade, o munícipe que desejar vacinar seu animal contra raiva deve se dirigir ao CCZ (rua Ipoá, 131, Jd. Inamar). A imunização geralmente ocorre no último dia do mês e o munícipe pode se informar sobre os dias de vacinação pelo telefone 0800 771 0963. No momento, não há ações de castração animal em funcionamento.
Ribeirão pires também promove feira de adoção animal todo último sábado de cada mês. Somente este ano, 126 animais já conseguiram um novo lar com as primeiras sete edições da feira. Por meio do CCZ, são realizadas campanhas de vacinação ao longo do ano de forma gratuita. As ações são divulgadas nas redes oficiais da Prefeitura. Já o serviço de castração acontece via Castramóvel, que semanalmente visita diferentes bairros da cidade. Para realizar o procedimento é necessário fazer cadastro através do telefone 4824-4197, de segunda à sexta-feira, das 9h às 12h.
Resgates, denúncias ou entregas voluntárias: 4824-4197 ou 97211-1112, este último também aceita mensagens via WhatsApp.
Em Rio Grande da Serra o resgate de animais é feito em duas situações: se o pet está com alguma doença que coloca em risco a saúde pública ou por maus tratos, em ambos os casos são encaminhados para o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Os moradores podem fazer denúncia de maus-tratos pelo telefone (11) 4821-2715, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Para vacinar cães e gatos, é preciso ir na sede do CCZ das 9h às 16h, na rua Rui Trindade, 205, Parque América. A imunização segue alguns pré-requisitos, como somente vacinar animais a partir de 3 meses. Recentemente o município também foi contemplado pelo Governo do Estado com a instalação de consultório veterinário em contêiner (Meu Pet). Neste local, será oferecido consultas clínicas, cirurgias, exames, setor de urgência e emergência, além dos serviços de vacinação, castração e adoção responsável.
Questionadas, as prefeituras de Santo André e Mauá não se pronunciaram até o fechamento da reportagem.