
O setor de entretenimento como bares, restaurantes, buffets e casas de shows já começou a escalada rumo à recuperação dos seus caixas visando minimizar os prejuízos de dois anos de pandemia da covid-19, mas o segmento de motéis ainda tem uma boa trajetória a seguir para empatar com o faturamento que tinha antes da emergência de saúde pública, mas os empresários do setor estão otimistas.
Com o fim das restrições aos estabelecimentos comerciais e aos eventos, que culminaram com o fim da exigência para o uso de máscaras em locais públicos (exceto e equipamentos de saúde e sistema de transporte) no Estado, em março, os motéis passaram a receber um número maior de clientes, mas a crise instalada no segmento, que foi forçado a tomar empréstimos, fez a margem de lucro encolher.
Carlos Alberto Soares Sobrinho, dono do motel Estoril, em São Bernardo, diz que está mais otimista em relação ao movimento no seu estabelecimento, que teve mais procura no último mês. Segundo ele o motel está operando com média de 70% do movimento de antes da pandemia. “Estamos recebendo clientes novos, o que cria uma expectativa de melhora. Ainda não empatamos com o movimento que a gente tinha antes, mas melhorou bastante. A gente depende muito dos eventos nas casas de shows do entorno, e também do movimento que o Riacho Grande traz; nós vivemos do movimento que o turismo atrai. Percebemos que a cidade está mais movimentada e isso é positivo para nós”, diz o empresário que durante a pandemia teve que vender parte do seu patrimônio e ainda assim fez empréstimos para manter as portas abertas. “Eu vendi quatro carros nesse período e ainda fiz três empréstimos, primeiro fui vendendo o que dava depois caí nos bancos, mas estou honrando todos os pagamentos”, relata.

O motel Estoril, segundo Sobrinho, é o mais antigo de São Bernardo e resistiu bravamente à sua pior crise, a mesma sorte não tiveram outros estabelecimentos do tipo que estão na região do Riacho Grande. “Dois fecharam porque não aguentaram. O nosso movimento vem das casas de shows e como tinha parado tudo, ficamos sem clientes, tive que demitir, mas agora já estou contratando tudo de novo”, disse o proprietário que está até inciando uma pintura geral do motel. “Ainda é cedo para comemorar, mas em vista do que nós passamos, já está bom”, completa.
Nilson Aparecido Bianchi, diretor financeiro do motel Ramsés, também em São Bernardo também diz que falta cerca de 30% para que a casa volte a ter o mesmo movimento do período anterior à pandemia. “Nós tivemos que recorrer a linhas de crédito do governo para nos mantermos e por conta disso também mantivemos todos os funcionários. Agora com esse movimento melhor estamos conseguindo pagar os empréstimos”, conta.
Mas as dificuldades ainda são grandes pois, para manter atratividade os preços praticados ainda são os mesmos de 2019, reduzindo a margem de lucro. Porém Bianchi se mantém bastante otimista. “Tem muito mais gente nas ruas, principalmente com o fim do uso de máscara obrigatório as pessoas estão circulando mais e com mais gente na rua sempre sobra um pouco para nós. Está tudo muito caro, as pessoas têm dificuldade, mas tendo mais baladas e festas o nosso movimento também aumenta”, completa.