Confirmado, João Doria (PSDB) deixará oficialmente o comando do Governo de São Paulo nesta sexta-feira (1/4) e disputará o comando do País em outubro. A decisão foi anunciada logo após um seminário municipalista realizado no Palácio dos Bandeirantes, na Capital, nessa quinta-feira (31/3). O anúncio ocorreu após momentos internos de tensão sobre a disputa política interna no tucanato entre o paulista e o ex-governador gaúcho Eduardo Leite.
A decisão sobre sua permanência na corrida presidencial e a consequente renúncia ao cargo só foi definida uma hora antes do evento, por volta das 16h. No momento, a sede do governo paulista estava lotada de jornalistas, prefeitos e aliados. Quando chegou ao palco, por volta das 17h20, Doria deixou transparecer sua decisão de deixar o cargo, com um semblante que não lembrava alguém que tinha passado por momentos de tensão interno.
Ouviu afagos em discursos do secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, do presidente da Assembleia Legislativa, Carlão Pignatari (PSDB), e do ainda vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) que assume oficialmente o comando do Estado no próximo sábado (2/4).
Um vídeo institucional foi divulgado com os feitos de sua gestão no Estado. Em seu discurso, João Doria buscou enfatizar os vários pontos debatidos sobre sua gestão, defendeu a liberdade de imprensa e o combate à corrupção. Agradeceu aos seus familiares e apoiadores. E deixou claro que ainda há um desafio pela frente, a unificação da chamada terceira via.
“Construir sim a melhor via para o nosso país e a melhor via é a via da união, da serenidade, do bom senso, da compreensão e da liberdade. Pesquisas mostram, revelam e acentuam que nem Bolsonaro e nem Lula tem a confiança da maioria dos brasileiros. Nós estamos em uma disputa de rejeitados. A rejeição de um e de outro é o que alimenta o voto de um e de outro, e agora é hora do voto ser a favor do Brasil”, relatou.
O discurso de Doria terminou com um enfático “sim, serei candidato a presidente da república pelo PSDB”, na sequência ergueu as mãos do presidente nacional do partido, Bruno Araújo, e segurou uma bandeira do Brasil, assim como fez em debates no segundo turno de 2018 quando buscava votos entre os bolsonaristas, que agora serão adversários.
Na plateia, o clima eleitoral foi evidente com diversas pausas para aplausos e o uso da música ‘Novo Tempo’, de Ivan Lins, e até mesmo uma pequena bateria de escola de samba, o que evidenciou a sensação de um comício.
Moro
A saída de Doria ocorreu no mesmo dia em que o ex-juiz Sérgio Moro anunciou sua saída do Podemos para migrar ao União Brasil, e sua desistência da pré-candidatura a presidente para tentar uma união do bloco dos partidos de Centro. A princípio entre os principais nomes faltaria uma conversa com a senadora e também pré-candidata, Simone Tebet (MDB/MS).
PSDB
A novela no tucanato ainda segue. O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite segue articulando uma possível mudança futura na chapa tucana. Tucanos de Minas Gerais e Rio Grande do Sul seguem articulando para que Leite possa ser o escolhido oficialmente na convenção que ocorrerá entre 20 de julho e 5 de agosto.