Petistas têm olhar positivo sobre série documental do ‘Caso Celso Daniel’

A cada dois anos o Brasil passa por uma eleição, seja ela municipal ou geral. Mas desde 2002 um assunto retorna às rodas de conversas políticas: o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. O caso foi alvo de uma série documental exibida no Globoplay e foi dividida em oito episódios. Diferentes de outros momentos em que tal assunto era tabu entre os petistas, desta vez a avaliação foi positiva. Ao RDtv o vereador andreense Wagner Lima, o presidente do diretório municipal, Antonio Padre, e o ex-prefeito Carlos Grana avaliaram a produção como esclarecedora sobre o ocorrido há 20 anos.

Série documental tem oito episódios que contam todos os detalhes da história política de Celso e as investigações sobre a morte que foi definida como crime comum (Foto: Banco de Dados)

Para Grana, na época secretário geral da CUT Nacional, houve um esforço dos produtores da série em mostrar os detalhes de todas as suspeitas sobre o caso e que os entrevistados apresentaram suas convicções sobre o tema, algo que chegou a comparar sobre as investigações dos supostos casos de corrupção que levaram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a prisão.

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“Todo o ano de eleição esse assunto volta. Foi assim na minha eleição, do João (Avamileno), do Lula, da Dilma (Rousseff), todo ano é assim. Eu achei que ele (documentário) contribuiu, eu aqui que a série, de uma certa forma, contribuiu a partir do depoimento de pessoas que estavam mais próximas do Celso. Eu achei que foi positivo, eu considero que foi positivo”, explicou o ex-chefe do Executivo.

Lima, que na época também estava envolvido no campo sindical, tem o mesmo entendimento. O parlamentar relatou que à época “ouvia muitas mentiras” sobre um suposto envolvimento do PT no crime e que quando soube da série chegou a entender que seria “mais um ataque da mídia” contra a legenda.

“Dessa vez temos que reconhecer que foi positivo (o documentário), pelo menos na minha avaliação. Para mim, tirou as dúvidas que eu tinha, foi muito esclarecedor, ouvi os depoimentos, conversei com muitas pessoas e eu tenho como positivo. No momento que passamos, ter um documentário desses é tirar esse mito do crime político”, seguiu.

A palavra “mito” também é usada por Antonio Padre. Primeiro para adjetivar o que virou a imagem de Celso Daniel, figura que acaba tendo influência até os tempos atuais no município, mesmo fora do PT. Mas o presidente do partido na cidade também considera que a série deixou de lado “as lendas” que se formaram durante as investigações.

“Foi a primeira que vez que um documentário consegue dar todas as dimensões do que foi falado, do que foi discutido e até do que foi inventado na época. Acho que a morte do Celso Daniel é um assunto sempre complicado, é um fato que transformou Celso Daniel em um mito, pela morte de um prefeito e futuro ministro”, iniciou sua explicação.

“Mas o documentário, feito em ano eleitoral, que a princípio poderia ser usado para trazer desgaste político, mas eu acho que o documentário dá base para que as pessoas tenham informações suficientes para não cair no mito, para não cair na lenda de que foi tal coisa. De uma discussão do Ministério Público com a Polícia Civil, sempre no contexto de condenar o PT. Eu acho que dessa vez esse documentário deu condições para que possamos sair na rua e se acontecer de alguém falar algo sobre a morte do Celso Daniel, podemos indicar o documentário para que a pessoa possa se informar”, completou.

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