
Após apresentar fortes sintomas de covid-19 e ter tido contato com familiares infectados, na última sexta-feira (28/01), a munícipe Andressa Gomes* procurou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Assis, em Mauá, mas se surpreendeu com a maneira que seu atendimento foi conduzido. Sem ter sido submetida ao teste de detecção do vírus, a moradora recebeu uma injeção e alega um descaso por parte dos funcionários da unidade de saúde.
Antes do surgimento de seus sintomas, Andressa esteve em contato com a família, que testou positivo para o vírus. Além do teste positivo, a mãe de Andressa, Gisele Gomes*, precisou ser internada por complicações em decorrência da doença. Em sua casa, o pai e irmão também foram infectados.
Com a apresentação de sintomas, o quadro de Andressa teve uma piora. Ao RD, Gisele conta que durante a triagem, uma funcionária da UPA afirmou que a filha estava “puxando o ar”, como forma de justificar a falta de ar sentida pela paciente. Além do estado em que se encontrava, a munícipe também explicou aos funcionários sobre o contato com a família infectada.
“Fizeram pouco caso e o médico deu apenas uma injeção nela, passaram os medicamentos e a mandaram embora. Em nenhum momento pediram o teste para ela, que já teve câncer. Comentei o caso com o médico, no hospital em que estive internada, e ele afirmou que deveriam ter dado uma atenção maior à ela, até mesmo por conta do câncer”, relata a mãe.
Após o episódio na unidade, Andressa foi levada pelo pai para realizar um teste rápido, que apresentou um resultado positivo. “Achei meio suspeito, o teste não demorou nada. Minha filha segue com tosse, falta de ar, dor no peito e está aqui em casa”, diz. “Fiquei muito revoltada porque ela estava muito mal, hoje está um pouco melhor, mas os sintomas ainda persistem”, completa.
Realizado na rede de drogarias Bifarma, o teste negativo de Andressa não convenceu a família. “Meu marido, meu filho e eu estamos confirmados e ela, que ficou pior, também mora comigo. O médico falou que meu pulmão está com inflamação, fico pensando no caso dela que quase não estava respirando”, salienta.
Em casa, Andressa ten tomado os medicamentos indicados pelo médico. “Mas ela falou ‘mãe o médico nem olhou na minha cara’, apenas deu a injeção (de dipirona com tramal) e na triagem o que falaram foi para ela sair, tirar a máscara e respirar”, destaca. “[Na UPA] Podiam ter dado um pouco mais de atenção. Fico imaginando quantas pessoas chegam dessa forma lá e eles tratam com esse descaso”, reclama.
Questionada a respeito do caso, a Prefeiura de Mauá não se posicionou até o fechamento desta reportagem.
* A matéria usou nomes fictícios para preservação de imagem da reclamante.