Depressão será doença de maior impacto social, diz OMS

A depressão, problema psiquiátrico erroneamente encarado como fraqueza e não doença, assim considerada pela Ciência, atinge pelo menos 500 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A doença avança em número de vítimas. Em 2020, será a enfermidade de maior impacto social no planeta, avisa o órgão.

Márcio Bernik, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, explica que a depressão pode ser causada por diversos fatores, principalmente hereditários e genéticos, e o motivo nem sempre precisa existir no primeiro episódio da doença.

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“A depressão pode ser desencadeada por diversos eventos, como luto, mas são os fatores genéticos e a predisposição hereditária que podem causar a doença” explica Fernanda Piotto, professora de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC. A médica conta que fatores socioambientais, como viver na cidade, também contribuem para aumentar a incidência de casos de depressão.

O mal, que atinge pessoas de todas as faixas etárias, da criança ao idoso, está longe de estar associado à simples tristeza. Além disso, seus sintomas atingem todo o corpo. Segundo a professora de Psiquiatria, a depressão é um conjunto de sinais. “Normalmente a pessoa perde o interesse e o prazer de fazer as coisas que gosta”, explica.

Sintomas
Ainda segundo Fernanda, o conjunto de sintomas afeta não apenas a mente, mas todo o corpo. “O paciente pode apresentar disfunções extremas em relação ao sono e apetite, por exemplo”, explica. Dores no corpo, dificuldades de concentração e perda da libido também são características comuns da depressão.

Os médicos dizem que, além desses sintomas, as crianças costumam apresentar quebra de comportamento. “A criança muda o jeito de ser, fica irritada e perde o interesse em realizar as atividades do dia a dia”, detalha Fernanda, que ressalta o erro comum no diagnóstico. “Muitos profissionais confundem déficit de atenção com depressão, mas um psiquiatra infantil facilmente reconhece a doença”, adianta.

Tratamento
O tratamento da depressão ocorre por meio de medicamentos e, assim como outras doenças, deve ser iniciado junto aos primeiros sinais. Segundo os especialistas, quanto mais tempo longe do tratamento, mais comprometido fica o estado da saúde da pessoa. Como conseqüência, o paciente sofre perdas no trabalho e na vida pessoal.

De acordo com Fernanda, a imagem do paciente dopado está longe da realidade. “O tratamento é longo, é demorado, mas o paciente pode levar uma vida normal”, explica. “O importante é não interromper o tratamento, pois a possibilidade de surgir uma recaída é muito alta”, ressalta.

Para Márcio Bernik, os medicamentos já estão bem mais avançados do que alguns anos atrás. “Os efeitos colaterais são menores e os riscos de envenenamento também, pois os antidepressivos estão menos fortes”, explica.  (Colaborou Larissa Marçal)
 

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