O que antes era uma opção de lazer para moradores da Vila Marina, em Santo André, hoje afasta frequentadores da praça Doutor Ângelo Ricci devido à falta de cuidados por parte do poder público. Segundo moradores da região, o espaço se tornou alvo de abandono após dar lugar a mosquitos e escorpiões.
Raul Corona, que reside há três anos na Vila Marina, diz que a praça deixou de ser fiscalizada pela prefeitura. “Era um local que sempre víamos funcionários [da prefeitura] cortando mato, mas faz uns quatro meses que ninguém vem”, lembra. Isso trouxe impactos negativos ao ambiente, que, além da grama alta, também apresenta lixo. “Próximo daqui há um riozinho que encheu em um dia de chuva. Ele subiu e ficou ainda mais difícil porque a enchente trouxe mais entulho”, relata.
A presença de lixo, no entanto, não é a única preocupação. De acordo com Corona, o espaço está repleto de mosquitos e acredita se tratar do Aedes Aegypti, transmissor de doenças como a dengue e chikungunya. “O mato está muito alto e são muitos mosquitos. Há um playground onde as crianças não podem mais brincar”, afirma. Em uma ida com seu pet ao local, Raul ainda se deparou com bichos perigosos. “Soltei a minha cachorra e ela estava cheirando uma parte específica do mato, quando fui ver, eram dois escorpiões”, conta.
O munícipe revela que procurou a Prefeitura para falar sobre a situação mas sem sucesso. “Minha esposa baixou o aplicativo para realizar a denúncia, mas nada aconteceu. Liguei na Prefeitura e me disseram que, por e-mail, iriam enviar um número de protocolo, mas até o momento não recebemos nada”, salienta. “Além de casas ao redor, há uma escola na frente da praça e logo as aulas também retornam. Estou indignado, porque são muitos impostos pagos”, reclama. “Com a crise sanitária, os governantes cobram o seguimento de protocolos da população, mas não fazem a parte deles”, completa.
Questionada, a Prefeitura de Santo André não apresentou um parecer até o fechamento da reportagem.