
O SindSaúde ABC (Sindicato dos Funcionários da Saúde do ABC) emitiu nesta semana uma carta para empresas, OSS (Organização Social de Saúde) e prefeituras para que fossem realizadas novas contratações no setor. Ao RDtv desta sexta-feira (21/01) o presidente da entidade, Almir Mizito, relatou que há muitos afastamentos no setor e não reposição de quadros, o que gera uma sobrecarga de atendimentos potencializada pelo surto de Influenza A H3N2 e de Covid-19, devido a variante Ômicron.
“Profissionais são afastados o tempo todo. Se você afasta um, você já tem que ter um reserva e isso você não faz da noite para o dia. Você precisa ter um contingente de folguistas, mesmo que você contrate temporariamente, para suprir essa necessidade”, explicou o sindicalista.
Segundo dados do Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo), cerca de 10 mil profissionais da enfermagem foram afastados nas últimas semanas após contraírem o novo coronavírus, gripe ou mesmo afastados por fadiga devido ao volume de trabalho que aumentou desde dezembro do ano passado.
Outra reclamação está nas condições de trabalho, com casos em que a triagem de pacientes era realizada em locais inadequados como as recepções, sem separação de outras pessoas que estavam no local para consultas das mais variadas, mas não relacionados com gripe ou Covid-19.
Além disso, Mizito alega que não existem grupos de gestão que possam ouvir os funcionários para entender como está o ritmo de trabalho e realizar ações para acabar com a sobrecarga. “Em alguns casos o funcionário fica afastado por sete dias com atestado, mas neste período ele já tem um exame negativo para Covid-19 e é obrigado a voltar para o trabalho mesmo sem a recuperação devida”, relatou.
Até o momento houve duas conversas individuais com uma rede de hospitais particulares e a secretária de Saúde de Diadema, Rejane Calixto. Outras entidades serão procuradas ao longo dos próximos dias para outras ações sejam debatidas.