Ato em São Caetano pede reintegração de professora demitida por criticar gestão

Catarina Troiano foi demitida e diz que apenas relatou as condições de trabalho. (Foto: Rede Social)

Na terça-feira (25/01), às 15 horas, diversas entidades ligadas ao ensino público farão um ato em frente a Seeduc (Secretaria Municipal de Educação) de São Caetano, na avenida Goiás, para pedir a readmissão da professora Catarina Troiano, que foi demitida após tecer críticas à condução da pasta pelo secretário Fabrício Faria. O estopim o imbróglio que levou à demissão por justa causa da servidora foram publicações feitas por ela em suas redes sociais criticando à volta às aulas presenciais na rede municipal em março de 2021, quando os casos de covid-19 estavam em seu pico mais alto na região.

A queda de braço teve até registro de boletim de ocorrência. A servidora nega ofensa ao secretário disse que apenas apontou fatos na gestão das escolas municipais. “Eu falei a verdade; no primeiro dia de aula no Alcina (escola Alcina Dantas Feijão) tinha telhado com goteira, cocô de pombo por todo lado e salas sem janela. Mandei isso para o Fabrício por e-mail e no mesmo dia ele determinou de ofício abertura de processo administrativo não para averiguar o que eu denunciei, mas para investigar a minha conduta. Fui alvo de mentiras de servidores em cargos de confiança; eu borrifei álcool no meu corpo para desinfecção e disseram que eu estava amedrontando as crianças. É só ver nas câmeras da escola, as crianças me adoram”, relata a professora que lecionava havia 10 anos na prefeitura de São Caetano.

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A professora disse ainda que foi colocada como “bode expiatório” para fazer com que outros críticos da gestão se calassem. “Tinha muita gente criticando, mas só eu fui demitida. Por isso que a minha demissão é um ato de agressão a todos os servidores de São Caetano, foi tudo para intimidar”, diz Catarina. A servidora contou ainda que, na oitiva de defesa, seus argumentos não foram considerados.

Catarina disse que o ato de terça-feira (25/01) vai ser simbólico e importante. “Estou bem tranquila de que, se não for readmitida pelo diálogo, tenho certeza que serei reintegrada pela Justiça”, declarou. Durante o ato, será entregue na Seeduc um manifesto que já conta com diversas assinaturas de entidades como a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), do SinproABC (Sindicato dos Professores do ABC) da Aspecs (Associação dos Professores de São Caetano do Sul) e outras 32 entidades, além de professores. A diretora da Aspecs, Arlete Feres, também disse que Catarina foi demitida para calar um segmento. “Queremos que a Catarina seja reintegrada e que a prefeitura pare de perseguir a gente, não dá mais para trabalhar e ser humilhado”, resumiu.

A prefeitura de São Caetano disse, em nota, que a professora respondeu por falta disciplinar. “A servidora em questão respondeu a processo administrativo disciplinar (PAD) perante a Corregedoria Geral do Município, deflagrado a partir de sindicância apuratória originalmente instaurada pela Corregedoria Setorial da Educação para apuração de faltas disciplinares. O procedimento obedeceu a todos as garantias constitucionais e princípios processuais, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa, tendo a acusada constituído defensor, que acompanhou todos os atos e atuou em todas as fases do processo. O procedimento ainda está em curso, na fase recursal, tendo havido manifestação da defesa depois de cientificada do parecer conclusivo da Comissão Processante”, diz a íntegra da nota.

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