
Surgida a partir de um grupo no Facebook, a Ação Campestre Solidário nasceu em junho deste ano com o objetivo de ajudar quem mais precisa, por meio de doações de marmitas. A rede de voluntários de Santo André deu tão certo que de 100 marmitas distribuídas já se prepara para a doação em dezembro de 400 marmitas, além de roupas arrecadas para entidades de acolhimento, cestas básicas e kit de Natal com brinquedos para crianças.
Tudo começou com um post no grupo do bairro Campestre, em Santo André, realizado pelo aposentado Paulo Luksys, que se interessou em começar a cozinhar para doações, e a partir disso outros moradores do bairro se interessaram em participar. “Começamos com 4 pessoas, desse grupo foi ampliando e hoje somos 71 voluntários, não somos ONG (organização não governamental), foi um sistema bem espontâneo, tudo é decidido coletivamente”, comenta.
As doações de marmitas são realizadas de forma quinzenal na Favela do Cigano, em Utinga, e para moradores de rua na Vila Luzita, ambos em Santo André, mas a arrecadação de outros itens passou a ser fundamental e hoje 30 condomínios e lojas fazem doações, repassadas ao grupo. “Recebemos doações, mas também muita coisa sai do nosso bolso, pois todos querem ajudar, e a gente não quer dinheiro, se as pessoas querem ajudar pode ser com itens que serão repassados”, diz Luksys.

A rede de voluntários cresce cada vez mais e a organização é feita por todos, que se ajudam e contribuem para arrecadar e distribuir os itens. “Tem o pessoal que doa 600 garrafinhas de água, outros ajudam na preparação de marmita, arrecadam roupas, fazem triagem, temos também contato com vendedores do Ceasa, que conforme compramos frutas e outras coisas eles doam uma parte para a gente e também arrecadarmos produtos de higiene pessoal, como também os absorventes femininos”, diz.
Também voluntária, a enfermeira Rebecca Montaño se ofereceu para ajudar no grupo e está na distribuição das marmitas, feitas por 5 voluntários. “Com a pandemia muitas famílias se encontram em questão de vulnerabilidade, a gente não tem como fechar os olhos para o que vem acontecendo, muitas pessoas de rua tinham residência e foram despejadas na pandemia, embora por lei não possa, muitos contratos nessas regiões são feitos boca a boca”, comenta.
Ainda que o grupo tenha contribuído com muita gente e entidades como, a Padre Pio, Divina Providencia e Missão Belém, em São Bernardo, e Casa de Assis e Lar Menino Jesus, em Santo André, Rebecca diz que o grupo não consegue atingir nem 10% da população de rua, que cresce a cada dia mais. “Vemos crianças em situação de desnutrição, sem ter mais que a alimentação da escola, atuamos com as famílias dos catadores, e a cada ação que a gente faz vemos mais pessoas em situação de rua, sempre cresce”, conta a voluntária.
Natal
As últimas doações de marmita no ano ocorrem no dia 22 de dezembro, e no dia 23, Luksys diz que o grupo conseguiu com uma voluntária, que cuida dos recicláveis em viadutos de Santo André, o contato com crianças da região, que escreveram uma carta em que dizem qual brinquedo gostariam de ganhar. “Não temos nenhuma meta, mas conseguimos com os voluntários do grupo, as crianças vão receber um panetone, um suco de frutas e o presente que pediram”, completa o voluntário.
O grupo aceita doações de alimentos, roupas e itens de casa, mas o trabalho voluntário para realizar a entrega das marmitas é uma das maiores necessidades neste momento. Quem puder ajudar e contribuir deve entrar em contato com Paulo Luksys, pelo celular: 11 99658-0259 ou Rebecca Montaño, pelo celular: 11 93400-3847.
Há ainda caixas para doações de roupas em diversos estabelecimentos, como a clínica Dermaphase, na rua das figueiras, 1753; Salão Estrela, rua das Figueiras 2240, e o Buffet Versão Brasileira, na avenida Tietê, 121, todos em Santo André.
A página dos voluntários pode ser acessada pelo link: www.facebook.com/campestresolidario.
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