Sinpro ABC aguarda Igreja Metodista para resolver dívida com trabalhadores

O processo de recuperação judicial da Universidade Metodista foi “extinto”. Segundo a presidente do Sinpro ABC (Sindicato dos Professores do ABC), Edilene Arjoni, ao RDtv desta terça-feira (16/11), com exceção de Porto Alegre, as demais unidades não estão contempladas no processo. Agora o coletivo de sindicatos aguarda um posicionamento da Igreja Metodista sobre o assunto. A atual dívida é de R$ 577 milhões, sendo R$ 270 milhões apenas em referência a unidade de São Bernardo. Porém, educadores consideram que tal dívida pode alcançar a casa do R$ 1 bilhão.

Metodista conta com apenas 220 profissionais no ABC (Foto: Reprodução)

O fim do processo ocorreu, pois a maioria das unidades da Universidade pertence diretamente à Igreja Metodista, que não tem fins lucrativos, assim não conseguindo ter espaço na lei para uma recuperação judicial. A unidade gaúcha pertence a empresários, portanto, conseguiu se manter na possibilidade de um acordo.

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Mas segundo Edilene, a recuperação não era encarada como o melhor dos mundos. Um dos principais pontos de divergência está no tempo para pagamento dos valores devidos. “Eles estipularam o pagamento em até 36 meses e o problema está exatamente nesta palavra, até pois uma recuperação judicial pode durar um ano e ser renovada por mais um ano. Se a Metodista resolvesse pagar tudo só após 24 meses, ela poderia declarar falência, e pessoas poderiam perder o direito de receber”, resumiu.

Outra divergência está no valor devido. Como não foi acrescentado o abono e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o valor nacional parou nos R$ 577 milhões, mas na estimativa do coletivo de sindicatos pelo Brasil, tal valor pode ultrapassar a casa do R$ 1 bilhão.

Outro ponto de preocupação é a não participação da Igreja Metodista na história. Sem a recuperação judicial, um dos poucos caminhos restantes seria a venda de terrenos e imóveis para conseguir pagar o valor devido, algo que pouco foi falado. E com a possibilidade do aumento desta dívida, a preocupação cresce, pois para a categoria pode criar um cenário de falta de verba suficiente para o pagamento.

“Infelizmente o que está acontecendo é que estão blindando a Igreja Metodista nessa história, e não é justo que aqueles que tanto trabalharam não possam receber. O que está transparecendo é que houve uma traição por parte da Igreja, e o que queremos é apenas o justo”, disse Denise Filomena, diretora do Sinpro ABC.

Tanto no RDtv quanto na entrevista coletiva em conjunto com os demais sindicatos, Edilene deixou claro que quer a manutenção da Metodista. “Tem gente que fala que queremos a falência da Universidade Metodista, e não é isso, queremos a Metodista forte, pois queremos a manutenção dos postos de trabalho. O que queremos nessa história é que seja feito algo que garanta os nossos direitos”, concluiu.

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