Em parceria internacional com universidade de Portugal, a Escola Armando de Arruda Pereira, do Senai, em São Caetano, abre em 2022 curso de gestão de projetos em BIM (Building Information Modeling), que traz a tecnologia da indústria 4.0 para a área de construção civil. A demanda pelo setor, além de estar forte no ABC, cresce a cada ano e está difundida na Europa, o que tornará a participação portuguesa ainda mais viável, de acordo com Claudio Luis Magalhaes Fernandes, coordenador do Senai-SP, durante entrevista ao RDtv.
A ideia do curso é reforçar e atender a demanda do setor na agilidade das construções para conclusão em menor tempo, com redução de custos, administração dos materiais, rastreabilidade dos itens, garantias, compras e rapidez no desenvolvimento. “Os professores de Portugal, muito provavelmente, atuaram como docentes do curso, e vão trazer tecnologias desenvolvidas na Europa para o Brasil, pois não temos essa prática da aplicação de conceitos dentro da construção civil, estamos muito atrasados e precisamos crescer”, comenta.
São Caetano também deve largar a frente na chegada do 5G na região, segundo Fernandes, para ser implementada assim que aprovada de forma nacional, já que a unidade do Senai é tratada como polo na America Latina pela BCG (Boston Consult Group) para receber as principais novidades tecnológicas do mundo e é a primeira bolha 5G do Brasil, inclusive a realizar a primeira conexão direta no País. Veja alguns trechos da entrevista com o coordenador do Senai-SP:
Repórter Diário: O que e essa bolha? E o que significa?
Claudio Luis: Tudo o que conhecemos como conectividade, equipamentos ou que a gente possa ter acesso à internet vai ser totalmente alterada com a instalação do 5G. Aquelas antenas grandes na rua não existirão mais, tudo vai ser bem menor e mais pontual, vamos ter acesso fantástico de conexão, e devido a isso a Nokia veio pra dentro da unidade de São Caetano, e instalou a rede no espaço, já estamos trabalhando com uma velocidade fantástica e, óbvio, vai ser difundida para o restante a partir do momento que nos tivermos a conectividade no Brasil.
RD: É um ambiente que antecipa esse cenário do 5G?
C.L.: Exato, temos sinais advindos de equipamentos, fazemos o que chama de comunicação vertical, no Brasil foi a primeira e estão sendo desenvolvidas novas no próprio Senai, e inclusive foi a primeira conexão 5G realizada até Brasilia, foi aqui em São Caetano.
RD: Então isso significa que quando o governo concluir o acesso do 5G São Caetano está um passo a frente?
C.L.: São Caetano está pronto pra isso, nossa bolha já esta concluída para poder espalhar não só na unidade nem na cidade, mas é uma planta que deve ser utilizada em todo o Brasil. A ideia é que a partir dessa situação a gente consiga conectar não só a indústria, mas todas as escolas Senai e outras faculdades que queiram atuar diretamente com nossos dados, e possamos transmitir todo o conhecimento que temos aqui.
RD: O quanto ele vai melhorar? O que vai trazer a mais em relação ao 4G?
C.L.: Quando falamos de 4G temos alguns lugares que têm certa dificuldade de conexão. A gente percebe dependendo do ponto, depende da operadora, muitas vezes os lugares são escondidos, com o 5G teremos antenas mais próximas, e muito mais, a cada antena que temos hoje deveríamos ter de 5 a 10 antenas espalhadas, e a conectividade será extremamente superior, não dá para comparar, é um futuro próximo, no ano que vem no máximo já estaremos operando isso.