Um cachorro que surgiu na rua Manoel Rosa, em Ribeirão Pires, tem preocupado as moradoras do Parque Aliança. O animal, que apareceu há cerca de três dias no local, passou a ficar deitado em uma calçada, de onde não conseguia se levantar. Vizinhas passaram a levar comida e água para que o cachorrinho não passasse fome e contataram ONGs (Organizações Não Governamentais) e autoridades para relatar a situação, mas, até o momento, nenhuma medida foi tomada.
Marcia Martins, uma das moradoras, relata que as vizinhas tentaram contato com ONGs que trabalham para a causa animal, mas todas estavam lotadas e não poderiam receber o cão. Outra munícipe, esta que pediu para não ser identificada, conta que a situação também foi relatada ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e à Secretaria do Meio Ambiente de Ribeirão Pires, mas todas sem sucesso.
“O CCZ diz que não pega cachorros e a Secretaria do Meio Ambiente diz que só resgatar animais silvestres ou em caso de maus tratos”, explica. “Dá muita dó. Olhamos para ele e dá para ver o pedido de socorro nos olhos dele”, lamenta.
Na calçada, o cachorro fazia suas necessidades e se alimentava deitado, pois não conseguia se levantar. Após o início das chuvas na região, a munícipe Maria Fátima Miranda resolveu colocá-lo em casa. No entanto, Miranda reforça que só pôde ficar com o animal temporariamente. “Estou com dó de deixá-lo na rua, mas eu não posso ficar com ele, pois já tenho sete gatos e um coelho. Além disso, devido ao trabalho do meu marido, nós viajamos muito. Os meus gatos são mais independentes, coloco ração e água e minha sobrinha vem aqui para ajudar. Mas, no caso dele, exigiria mais cuidados, ele está bem debilitado”, relata.
Fátima explica que o cachorro não aparenta estar ferido e, nesta quarta-feira (22/9), o mesmo conseguiu se levantar. “Acredito que atropelado ele não tenha sido. Hoje ele conseguiu levantar um pouquinho e andar sem mancar. Acho que (ele fica deitado) porque está debilitado mesmo e aparenta ser bem velho, já está com os pelinhos brancos”, salienta. “Acho que devem tê-lo abandonado por estar velhinho. Ele defeca e urina onde estiver, não levanta para fazer suas necessidades e, ao menos a urina, ele faz o tempo todo, acho que também já não possui mais esse controle”, completa.
Procurada, a Prefeitura de Ribeirão Pires alega que animais abandonados em via pública não podem ser recolhidos pelo setor de Meio Ambiente, pois a Prefeitura não dispõe de abrigo público e não tem estrutura para atendimento clínico veterinário para cães e gatos. A equipe do Meio Ambiente em relação a animais domésticos atende denúncias de maus-tratos e promove campanhas de conscientização e adoção responsável.
Em nota, a administração destaca que a comunidade pode se organizar para prestar assistência ao animal e o Departamento de Proteção Ambiental poderá auxiliar na contenção e transporte, desde que já tenha definido a destinação do animal. “A Prefeitura não faz resgate de animais de rua. Somente em casos de zoonoses ou animais que ofereçam risco à população. A ação é realizada pelo CCZ”, diz em nota.