
Não é de hoje que os moradores do Jardim Zaíra, em Mauá, sofrem com falta de água. A última grande crise foi no início do ano, quando as residências ficaram semanas com as torneiras secas. Desde a última quinta-feira (9/9), a região do Zaíra 4 voltou a enfrentar escassez de água, fornecida pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A estatal atribui o problema à falha no motor-bomba, mas que logo será resolvido.
Uma moradora, que pediu para não ser identificada, conta que o problema alcança todo o Jardim Zaíra 4. Segundo a munícipe, a região sofre com a negligência da estatal. “Eles não nos atendem ou, quando atendem, desligam na nossa cara”, reclama. “Como já prevemos que esse problema volta a acontecer, em especial nos períodos de calor, já deixamos garrafas, tambores e baldes cheios d’água. Mas a situação dura muitos dias, o estoque acaba”, completa.
Bairro inteiro
De acordo com o relato, a Sabesp só se manifestou após intervenção do vereador Renan Pessoa (Avante), com o envio de um caminhão pipa, na última segunda-feira. A medida, no entanto, não foi suficiente para sanar as necessidades da população. “Enviaram apenas um caminhão pipa, o problema é no bairro inteiro e apenas metade das casas foi abastecida”, diz. Além disso, um novo problema foi levantado com a ida do caminhão pipa ao endereço. “Um dos rapazes que vieram com o caminhão pipa nos contou que a bomba que abastece essa região estava queimada. Em outros momentos, a Sabesp não havia nos informado a respeito”, conta.
Kátia Gonçalves (43), moradora da rua Manoel Nascimento, é uma das munícipes que não tiveram a residência abastecida. “O caminhão veio aqui pela tarde, por volta das 16h30, mas não foi o suficiente, não conseguimos água para a minha casa”, reclama.
Uma pequena mina de água, localizada no bairro, tem sido a alternativa dos moradores para tentar driblar a escassez. Os vizinhos se dirigem ao local e retornam com alguns baldes de água para casa. Iraneide Bezerra (47) explica que, embora os episódios sejam recorrentes, a conta de água não deixa de ser cobrada. “Sempre vem um absurdo, mesmo com toda essa situação. Já tentamos conversar com a Sabesp em uma tentativa de abater a cobrança, mas sem sucesso”, ressalta.
Sabesp
Questionada, a Sabesp alega acompanhar a situação desde o dia 13 de setembro, “quando as primeiras notificações de moradores foram feitas à Companhia”. Informa que envia caminhões-tanque para auxiliar no atendimento dos casos de falta d’água.
A Companhia explica que a causa do problema foi ocasionado por falha no motor-bomba que faz o abastecimento na região. Diz que a equipe realizou o conserto do equipamento nesta terça-feira, o abastecimento está em recuperação no local e vai acompanhar a situação até a completa normalização.