
Moradores do Sítio Joaninha passaram um final de semana de temor por conta de um boato que circulou sobre provável reintegração de posse na área do antigo Lixão do Alvarenga. Nem a polícia, nem o judiciário, nem as duas prefeituras envolvidas, Diadema e São Bernardo, confirmaram qualquer movimentação no sentido de retirar as famílias que ocuparam o local.
O Lixão do Alvarenga foi utilizado pelas duas cidades e também por caminhões clandestinos que desde a década de 70 depositaram lixo e entulho no local. No final dos anos 90 os municípios pararam de jogar lixo lá por conta de ações na justiça diante da poluição da área que margeia a represa Billings. Mas catadores que já viviam no entorno ficaram no local, mesmo após o fechamento e outras famílias vieram depois.
Desde 2017 existe um acordo celebrado na justiça para que as duas prefeituras façam a remediação do terreno do lixão, mas nada foi feito por conta da ocupação da área. Segundo cálculos dos moradores há são 500 famílias que vivem no local. No sábado, moradores chegaram a fazer barricadas com material incendiado com medo de possível reintegração de posse. Porém a situação não ocorreu.
O RD procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Ministério Público para saber se houve alguma determinação de retirada dos moradores, mas a resposta foi negativa. A Polícia Militar também informou não ter qualquer pedido de apoio para reintegração de posse na área.
A Justiça aguarda um laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) sobre a situação da área em relação à poluição do solo e perigos para os moradores. A prefeitura de São Bernardo informou em nota que não tem previsão de pedir a reintegração. “A Prefeitura de São Bernardo informa que não está prevista, no momento, ação de reintegração de posse na área mencionada por parte da Administração municipal. As ocupações irregulares são monitoradas periodicamente pelas equipes de fiscalização da prefeitura”. A prefeitura de Diadema não se manifestou.