Segundo a Organização Mundial de Saúde, a imunização contra a covid-19 só se completa após 21 dias das duas doses. Ainda assim, como o novo coronavírus ainda não é totalmente conhecido, a regra é manter os protocolos de proteção por medida de segurança.
Em São Bernardo, das mais de 6 mil doses aplicadas nos idosos acima de 85 anos, 22 moradores foram internados com a doença. Do total, 13 haviam recebido as duas doses da Coronavac e 9 apenas a primeira dose do imunizante, números que revelam a importância dos cuidados e retorno para a aplicação da segunda dose da vacina.
Outros 36 pacientes em Diadema foram internados mesmo com a aplicação da vacina. Dez receberam a Astrazeneca e 26 a Coronavac. Dos internados, sete já haviam tomado a segunda dose do imunizante, mas foram internados antes de 15 dias da aplicação. A Prefeitura ainda informa que nove pacientes foram a óbito, sendo oito com mais de 80 anos e um com 79 anos.
O pneumologista Elie Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, afirma que o isolamento e a vacina diminuíram o numero de casos de covid e internações de idosos com a doença, mas apesar disso, os cuidados com aglomeração, o uso de máscara e o retorno ao posto de vacinação para receber a segunda dose são necessários. “Com uma dose quase todas as vacinas são assim, a pessoa não está imune, é preciso seguir os critérios da vacinação”, diz.
Com as duas doses aplicadas, o médico reforça que as chances de uma pessoa contrair a doença e precisar e internação são pequenas, mas existem. “Os estudos mostram que a probabilidade é menor, a chance de adquirir e de ser internado é menor ainda. Falamos em chances, é a mesma coisa que a vacina da influenza, a pessoa mesmo que tenha tomado pode contrair a doença, mas de forma leve, este é o ponto”, ressalta.
“Não se pode perder a oportunidade de se vacinar, tomar as doses corretamente”, comenta o médico.
Falta de números
As demais prefeituras do ABC não informaram sobre a quantidade de pessoas que receberam a primeira e segunda dose da vacina e foram internadas com a covid-19. Fiss comenta que, por conta da doença ser nova, as secretarias deveriam realizar busca mais ativa sobre os casos e pessoas que se vacinaram, com uma dose ou duas, pois os números podem ajudar nos estudos.
“Nós temos vacinas no mundo para uma doença nova, tudo está para ser conhecido, e as vacinas foram produzidas em tempo recorde o resultado vai ser mostrado na vida real. Temos pacientes internados com coronavírus que tomaram a vacina, os que eu conheço são acima de 60 anos, mas precisamos saber se a pessoa já tomou a primeira dose e o tempo que ela foi infectada”, completa.