
Das prefeituras do ABC, São Bernardo, São Caetano e Mauá usam o teste de antígeno para diagnóstico de covid-19, em paralelo aos testes RT-PCR, mais comuns e considerados padrão “ouro” para diagnosticar a doença.
São Caetano e Mauá também já usam o laboratório da Faculdade de Medicina do ABC para ter resultados mais rápidos, quando os testes forem do tipo RT-PCR. Em geral as prefeituras encaminham os exames para o IAL (Instituto Adolfo Lutz). O médico Marcio Nehab, infectologista do IFF (Instituto Fernandes Figueira), no Rio de Janeiro, e membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), elogia a adoção da metodologia, mas diz que o importante é testar.
Segundo a prefeitura de São Caetano a pesquisa qualitativa de antígeno é usada nos hospitais municipais, para aprimoramento da triagem dos pacientes, direcionando os positivos para unidades de isolamento especificas para covid-19. “Com essa indicação iniciamos a realização desse teste há pelo menos 2 meses. A partir dessa semana esses testes serão utilizados nas UBSs e no Programa Disque Corona para agilizar o diagnóstico, antecipando a orientação de isolamento domiciliar, rastreamento de comunicantes e acompanhamento clínico-epidemiológico”.
Mauá começou com o teste do antígeno em março. “O objetivo é detectar de forma rápida se a pessoa está com covid, e é utilizado com base no protocolo de manejo de pacientes sintomáticos”, justificou a prefeitura.
A Prefeitura de São Bernardo informou que desde novembro utiliza esta nova tecnologia de detecção por antígeno, com coleta de amostra por Swab. “Os benefícios se dão pela rapidez do resultado, que demora de 2 a 4 horas, no máximo”, sustenta a administração em nota.
“É muito mais barato que os outros testes do mercado. Não têm a mesma sensibilidade (que o RT-PCR), mas sai praticamente na hora. Essa utilização me parece muito interessante, pode ser uma alternativa para testar crianças e profissionais da educação. O CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos) recomenda a testagem de alunos e professores uma vez por semana, duas vezes se for em uma região com grande incidência da doença. O bom é que o teste de antígeno é fácil, rápido, barato e aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelo FDA (Food and Drug Administration)”, explica Nehab.
O médico especialista diz que o Brasil, no nível atual de infecção da covid-19, deveria fazer uma pesquisa com os três tipos de teste, o RT-PCR, o antígeno e o PCR-Lamp (feito através da saliva). “O problema é que mal se consegue testar quem está internado no Brasil. Nos países da Europa e Estados Unidos os testes mais comuns são os PCR mesmo, o importante é testar e em larga escala”, conclui o médico.
Em nota, a prefeitura de São Caetano informou que a troca de laboratórios – Adolfo Lutz pela FMABC – foi a melhor opção logística e destacou que o laboratório da região apresenta os resultados em um prazo muito menor. “O principal ganho foi o tempo de entrega do resultado do exame que proporciona ao corpo médico mais agilidade no tratamento”, informou a prefeitura. São Caetano gasta em média R$ 450 mil por mês nos testes da covid-19.
Ribeirão Pires e São Bernardo utilizam os testes RT-PCR que são encaminhados ao Adolfo Lutz. Em Mauá, os exames feitos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) vão para o IAL, já os colhidos no Hospital Nardini, vão para a FMABC. A cidade não informou o valor gasto com os testes. “Os testes processados no Adolfo Lutz são custeados pelo governo do Estado. Já aqueles processados na FMABC estão incluídos nos custos do termo de ajuste de conduta, assinados pelo município com a Fundação ABC”.
A prefeitura de Santo André informa que usa as metodologias: RT-PCR e sorologia (IGM / IGG). A cidade também encaminha testes para o IAL e FMABC. Diadema faz testes RT-PCR que são encaminhados para o IAL sob gestão do Estado. A administração diademense informou ainda que o custo que tem é do kit de coleta que é de R$ 2,10 por unidade. Rio Grande da Serra não respondeu ao RD.
(Colaborou Amanda Lemos)