
No meio de uma negociação para garantir a permanência do posto do IML (Instituto Médico Legal) na cidade, a prefeitura de Diadema foi surpreendida no final da tarde desta segunda-feira (05/04) com a retirada de todos os equipamentos do posto de atendimento que funciona no Cemitério Municipal, e levados para a cidade vizinha São Bernardo. Para o secretário municipal de Defesa Social e ex-ouvidor das polícias, Benedito Mariano, a atitude foi “intempestiva, para não dizer irresponsável com a população de Diadema”.
Mariano disse também que não sabe o que vai ser feito se pessoas falecerem nos hospitais entre a noite noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira (06/04). “A gente não sabe como vai ser, para onde levar. Será que eles vão vir de São Bernardo buscar os corpos aqui? Não sabemos porque fecharam simplesmente no meio de um processo de negociação que estava em andamento. Eu tive duas reuniões com o médico Dr. Diogo, responsável pelo IML de Diadema; eles pediram uma carta de intenção e nós fizemos, pediram uma reforma e nós prometemos fazer ou ainda levar para outro local. Pediram o convênio em uma lei, e nós mandamos para a Câmara. Eu não entendo o que aconteceu, todos têm meu celular pessoal e cometeram tamanha deselegância no momento mais crítico da pandemia”, desabafou Mariano.
O secretário de Diadema informou que o secretário de Segurança do Estado, General João Camilo Pires de Campos, foi informado de que a negociação estava em andamento bem como o superintendente da Polícia Técnico Científica, Maurício Rodrigues. “Estou aguardando um posicionamento do doutor Maurício sobre o que vamos fazer amanhã (terça-feira – 06/04). Eu como secretário vou a São Bernardo para saber como é que vai ser feito, se eles vão vir buscar os corpos aqui. Não sei como vai ser, imagino que vai ser um caos. Queremos saber o que vai ser da população de Diadema”, disse Mariano. Perguntado se a decisão foi política ou técnica, o secretário disparou: “Técnica não é. O que fizeram com a cidade foi surreal e absurdo”, concluiu.
O RD solicitou na noite desta segunda-feira (05/04) um posicionamento da Secretaria de Segurança Pública e aguarda resposta.