
A versão de 2021 do Auxílio Emergencial deve começar a ser paga no próximo dia 16 de abril, aos que se cadastraram no ano passado, seja integrante do Cadastro Único, aos não integrantes do cadastro que perderam a renda, como profissionais autônomos, por exemplo, e aos beneficiários do Bolsa Família. O Dataprev, que reúne os cadastros, vai usar a mesma base de dados de quem recebeu o benefício em 2020. A estimativa do coordenador de estudos do Observatório Econômico da Metodista, Sandro Maskio, é de que o novo auxílio resultará numa injeção bem menor na economia da região, perto de R$ 1,2 bilhão.
No ABC 702,4 mil pessoas receberam o benefício em 2020, seja as cinco parcelas de R$ 600, seja na fase complementar do programa que pagou parcelas de R$ 300 até dezembro. Sandro Maskio, estima que o valor total que será injetado na economia com a nova versão do auxílio emergencial, deve ficar, em média entre 60% e 70% menor, do que o valor do ano passado. Em 2020 foram R$ 3 bilhões injetados na economia do ABC, segundo informa o sistema do Ministério da Cidadania. Se confirmada a estimativa do economista da Metodista a região teve ter um incremento entre R$ 900 milhões e R$ 1,2 bilhão, divididos entre abril e julho.
Serão quatro parcelas do benefício, mas o valor que cada um vai receber varia de acordo com sua condição: serão pagas aos trabalhadores quatro parcelas mensais no valor médio de R$ 250; pessoas que moram sozinhas têm direito a quatro parcelas de R$ 150; e a mulher provedora de família monoparental tem direito a quatro parcelas de R$ 375. Nem a Caixa, nem o Ministério da Cidadania têm ainda o número total de beneficiários para este ano.
Para as famílias que perderam a renda durante a pandemia a ajuda é mais do que esperada, apesar do valor menor. Para a costureira e moradora de Diadema, Luciene Virgínia de Melo Tapia, a situação financeira da sua casa é gravíssima. “A conta de luz a gente paga uma e atrasa outra para não cortarem, minha cunhada está me ajudando com cesta básica, e uma coisa ou outra que preciso do supermercado eu me viro com o pouco que consigo com as reformas de roupas”, disse a autônoma que no ano passado perdeu o esposo para a covid-19.
Luciene mora com o filho que está desempregado e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não começou a pagar a pensão do esposo falecido. “Estou apavorada, no ano passado o auxílio emergencial ajudou muito, principalmente quando meu marido faleceu, agora, com valor menor, vamos ter que escolher com cuidado onde vamos usar o dinheiro”, comenta.
Em nota, o Ministério da Cidadania informa que os pagamentos começam em abril. “O calendário para o público inscrito pelas plataformas digitais da Caixa e para os integrantes do Cadastro Único está sendo finalizado e será anunciado em breve. Já para os integrantes do Programa Bolsa Família, será mantido cronograma regular de pagamento, que pode ser consultado no endereço www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/calendario_bf/Cartaz_Calendario2021.pdf. A elegibilidade ao Auxílio Emergencial 2021 está em análise pela Dataprev. A previsão é de que os dados sejam disponibilizados a partir do dia 1º de abril. Os cidadãos podem verificar o resultado no link https://consultaauxilio.dataprev.gov.br/consulta/#/”.
Condições
Têm direito ao Auxílio Emergencial 2021 os trabalhadores que estavam recebendo, em dezembro de 2020. No caso de beneficiários do Bolsa Família o governo federal vai verificar se o trabalhador cumpre todas as regras para receber o auxílio, e também se o valor do Bolsa Família é menor do que o valor do Auxílio Emergencial. Se o valor for menor, a família receberá o emergencial. O Bolsa Família será suspenso enquanto a família estiver recebendo o auxílio. Se o valor do benefício do Bolsa Família for maior do que o valor do Auxílio Emergencial 2021, a família não receberá o auxílio e continuará só com o Bolsa Família.
Quem recebe do INSS auxílio-doença, seguro-desemprego, licença-maternidade ou benefício assistencial, ou ainda que está trabalhando formalmente, não tem direito ao benefício. Quem por algum motivo teve o auxílio emergencial cancelado no ano passado também não recebe este ano. O auxílio é limitado a um beneficiário por família.
A Dataprev não está recebendo novas inscrições para o auxílio emergencial, mesmo que o postulante preencha todas as exigências. Apenas quem recebeu no ano passado poderá receber este ano. O governo federal espera beneficiar 45,6 milhões de famílias com o investimento de R$ 44 bilhões, sendo R$ 23,4 bi para o público inscrito nas plataformas do auxílio, R$ 6,5 bi para os inscritos no Cadastro Único e R$ 12,7 bi para os beneficiários do Bolsa Família.