
O vereador de Diadema Josemundo Dario Queiroz, o Josa (PT), deixou o hospital neste domingo (22/11) onde esteve internado 12 dias, 7 deles na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para covid-19. O petista, que foi infectado pela segunda vez com o novo coronavírus, relatou ao RD como foram os dias de internação, o medo da doença e o que o seu drama pessoal vai interferir no futuro da sua carreira política. Josa foi reeleito para o terceiro mandato na Câmara e diz que a covid mudou sua vida e que pretende fazer desse novo período no Legislativo uma forma de ajudar as pessoas a superarem a doença.
Quatorze quilos mais magro e com 50% da sua capacidade pulmonar comprometida, Josa concordou em falar com o RD, mas a conversa é bem diferente dos discursos inflamados na Câmara. Falando pausadamente por conta da falta de ar, Josa contou que quando chegou ao hospital do seu convênio médico a UTI para covid estava até fechada, porém a situação mudou rapidamente. As 18 vagas daquele andar foram rapidamente ocupadas. “É um processo de reestruturação da respiração porque tive mais de 50% de comprometimento dos meus pulmões, então é um processo de retomada de recuperação da oxigenação. Só quem passa é que sabe, não é fácil lidar com uma situação em que você vai dormir e não sabe se no outro dia vai estar ali. É uma coisa impressionante a letalidade dessa doença e a rapidez com que ela acaba infectando você, uma coisa assustadora. Eu vi coisas naquela UTI que vão marcar o resto da minha vida. É muito sério isso, não é porque já foi infectado que vai ficar mais ou menos vulnerável. No meu caso foi assustador; me vi com 38° de febre, impotente, sem nenhuma condição de respirar ou de me movimentar, tudo isso em fração de horas; é muito rápido e aterrorizante”, relatou.
O petista disse que pretende fazer uma campanha para conscientizar as pessoas sobre o perigo da doença e da reinfecção. “Eu achei que não iria pegar novamente. Estou bem debilitado, mas estou em casa, com a família. Agora, mais do que nunca, fazendo a militância não apenas política, mas da importância das pessoas compreenderem do quanto esse vírus é nocivo”.
A campanha para vereador, que foi abreviada por conta da internação, é apontada pelo próprio vereador reeleito como provável causa da reinfecção. “Por mais precaução você acaba se envolvendo em um clima de maior proximidade e é evidente que fui reinfectado a partir de alguma atividade que participei e outras pessoas infectadas transmitiram para mim, não tenho dúvidas. Quando percebi me afastei pois estava muito preocupado com a possibilidade de estar infectado e de poder infectar outras pessoas. Quem acabou tocando minha campanha foi o meu grupo de apoio”.
Por fim o vereador de Diadema disse que a covid-19 mudou sua vida. “A gente não pode sair pior do que entrou. Diante do que eu vivenciei, não posso ser insensível e achar isso não vai mudar minha vida. Estou revendo uma série de prioridades na minha vida pessoal e política, espero sinceramente que eu possa usar meu mandato para, de alguma maneira, ajudar na dificuldade que milhares de pessoas estão passando e que não tenham a mesma oportunidade que eu tive. Temos que sair melhor desse processo”, concluiu.