Reeleições com alto índice de votos para prefeitos e o crescimento dos partidos de Centro foram os pontos que mais chamaram a atenção do especialista em marketing político, Renato Dorgan. Em entrevista ao RDtv nesta terça-feira (17/11) o analista considera que boas gestões aliadas com o bom combate ao covid-19 facilitaram a manutenção dos gestores ou de seus aliados na região.
“Acho que não foi uma eleição da questão política em si, mas foi uma questão de gestão. Acho que os prefeitos que fizeram a lição de casa foram reeleitos com uma margem alta de votos, que a Administração que foi bem principalmente (no combate ao) covid-19 e que também cumpriu com as promessas da campanha de 2016, estes foram reeleitos com uma margem muito alta ou elegeram os seus sucessores”, explicou.
Das sete cidades, em três seus atuais prefeitos conseguiram ficar na frente na votação que foram os casos de Santo André com Paulo Serra, São Bernardo com Orlando Morando e São Caetano com José Auricchio Júnior (todos do PSDB), sendo que no caso do último ainda existe a necessidade de uma decisão judicial para referendar o que ocorreu nas urnas.
Em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, cidades que contam com apenas um turno, os oposicionistas levaram a melhor com Clovis Volpi (PL) e Claudinho da Geladeira (Podemos), respectivamente.
Entre aquelas que irão para o segundo turno, Mauá conta com o atual prefeito Atila Jacomussi (PSB) que disputa a cadeira com o vereador Marcelo Oliveira (PT). Em Diadema, a gestão de Lauro Michels (PV) não conseguiu emplacar o nome de Pretinho (DEM) que ficou em quarto, e viu José de Filippi Jr. (PT) e Taka Yamauchi (PSD) migrando para a segunda etapa.
Vitórias
Na disputa andreense, Dorgan fez uma comparação de Serra com Celso Daniel (morto em 2002), pois considera que o tucano conseguiu algo que apenas o petista aplicou na cidade que foi uma espécie de “calmaria” política, algo que não ocorreu com as demais gestões que passaram por turbulências.
Sobre São Bernardo, o especialista aponta que Morando conseguiu aglutinar uma grande gama de partidos de direita, centro-direita, centro e até mesmo de centro-esquerda em seu arco de alianças. Outro fator que deu forças ao tucano é a não presença do deputado federal Alex Manente (Cidadania) na disputa.
Para Renato, Auricchio conseguiu o maior número de votos por causa do combate ao novo coronavírus, porém, reforçou que a situação ainda precisa ser resolvida na Justiça. Em caso de nova eleição, apesar de considerar que o tucano teria uma grande influência em fazer o próximo prefeito de São Caetano, Fabio Palacio (PSD) acaba surgindo com forças para uma possível nova campanha.
Segundo turno
Sobre a disputa em Diadema, o entrevistado vislumbra que Taka pode ganhar forças na segunda etapa, conseguindo inclusive votos de Filippi, porém, alerta que caso o petista conquiste apoio oficial de algumas legendas é mais provável que chegue ao quarto mandato na cidade.
Em Mauá, o cenário para Renato é favorável para Atila que mesmo com os problemas jurídicos conquistou a confiança de boa parte dos eleitores. Oliveira teria que ultrapassar as barreiras de apoio ao PT para conquistar a confiança dos eleitores.