Os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia, divulgados nesta quinta-feira (29/10) mostram que o ABC acompanhou os números nacionais e do estado de São Paulo quanto ao nível de emprego no mês de setembro, com o número de admissões superando as demissões; foram 24.171 contratações contra 19.036 desligamentos, saldo positivo de 5.135 postos de trabalho, mais que o dobro das 2.504 vagas geradas em agosto, porém ainda está longe de recuperar os mais de 26 mil empregos perdidos este ano.
O melhor resultado na região foi o de São Caetano, que gerou 4.521 empregos e onde foram feitos 3.015 cortes, ficando com saldo 1.506 postos de trabalho no mês, uma variação de 1,47%. Em segundo lugar vem Ribeirão Pires que teve saldo de 194 empregos, resultado de 414 desligamentos contra 608 contratações, variação de 1,07%.
Nos números do Ministério da Economia, chama atenção a situação de Diadema, que ficou no positivo, porém com a segunda pior variação da região, 0,64%, só sendo superada por São Bernardo (0,43%). As empresas diademenses dispensaram 1.878 trabalhadores em setembro e contrataram 2.381 deixando saldo de 503 postos de trabalho. Ocorre que o município é o que acumula maior déficit de emprego no ano proporcionalmente, -5,38%, sendo que no cálculo entre admissões e demissões são 4.475 postos de trabalho perdidos de janeiro a setembro.
Dos 26.019 postos de empregos perdidos este ano até setembro, a maior parte, 17.406, está nas duas maiores cidades do ABC, São Bernardo e Santo André.
Para o economista e coordenador do Observatório de Políticas Públicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Jefferson José da Conceição, é natural e esperado o aumento de contratações sobre as demissões após um período longo de isolamento social e de redução da atividade econômica por conta da pandemia da covid-19, como também é previsto o saldo negativo no ano por conta do tamanho da crise agravada com a pandemia. “Temos um impacto muito forte na indústria, que já estava em crise mesmo antes da covid-19, o que afeta diretamente Diadema e São Bernardo”, analisa.
O professor avalia que falta um estudo sobre a massa salarial para verificar se há também mais renda. “Os levantamentos como Caged e outros como o do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) precisam estar combinados com a renda, pois o que se verifica é que se contrata mais, mas com salários menores e regimes de contratação mais flexíveis, mas não há números oficiais sobre isso. Não se sustenta ter uma amostragem de emprego sem sabermos a massa salarial, sobretudo a região do ABC carece deste estudo, o Consórcio Intermunicipal pode tomar frente disso”, conclui economista.