
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) condenou a atitude do médico que não usava máscara no seu plantão de terça-feira (01/09) no Pronto Atendimento do bairro Taboão, em São Bernardo, e ainda discutiu com pacientes que questionaram a atitude. O nome do médico não foi revelado e a prefeitura informou que ele é contratado por OSS (Organização Social de Saúde) e já foi substituído.
O profissional argumentou que testou negativo e que por isso poderia ficar sem máscara. O episódio foi registrado em vídeo por paciente. Nas imagens o médico aparece de roupas pretas, sem uniforme de trabalho ou qualquer equipamento de segurança. Ele tenta convencer as pessoas no saguão do PA que ele pode ficar sem máscara porque fez o teste que detectou IGG positivo, o que mostraria que ele teria anticorpos para o novo coronavírus, mas essa tese ainda não é unânime na classe médica. “Eu não estou usando, eu sei a explicação. Eu estou decidindo porque fiz o teste, estou negativo e com o IGG positivo e fiz a vacina”, disse o médico ao paciente que lhe perguntava porque não estava de máscara. Não há vacina aprovada para o uso em humanos para combater a covid-19.
Em nota o Cremesp condenou a atitude do profissional. “Por não haver cura comprovada cientificamente até o momento, todos devem seguir as orientações das autoridades sanitárias quanto ao uso de máscara e demais EPIs, além de seguir as orientações de higienização já preconizadas pelas autoridades de saúde do mundo inteiro”, informa o conselho, que também diz que espera ser comunicado oficialmente para tomar as medidas. “O Cremesp informa que não foi acionado formalmente até o momento e poderá abrir sindicância para apurar o caso. Cabe informar também que as sindicâncias e processos-éticos instaurados pelo Conselho tramitam sob sigilo determinado por lei”, explica a nota.
O presidente do Sindicato dos Médicos do ABC, José Roberto Cardoso Murisset, já havia se posicionado com críticas ao profissional afastado. “Mesmo que ele esteja com IGG positivo o que lhe ‘conferiria imunidade’ (há controvérsia se a imunidade seria total ou parcial e por até que período, talvez seja por apenas 6 meses), isso seria quando do ponto de vista individual e o coletivo como fica? Ele pode ser um vetor”, analisou”.
Em nota divulgada na terça-feira (01/09) a prefeitura diz que ele vai responder a uma comissão de ética e será denunciado ao Cremesp. “A Prefeitura de São Bernardo, por meio da secretaria de Saúde, informa que não concorda com a conduta adotada pelo profissional e que vai notificar o Conselho Regional de Medicina sobre o ocorrido e encaminhar o médico para a Comissão de Ética pelo não cumprimento dos protocolos e das boas práticas da segurança de Saúde Pública e Vigilância Sanitária neste período de pandemia”.