ABC - terça-feira , 30 de abril de 2024

Tensão entre EUA e China e agenda fraca provocam instabilidade do Ibovespa

A tensão entre Estados Unidos e China deixar o investidor da Bolsa brasileira um pouco na defensiva, entrando como uma das principais justificativas para a realização de lucros, já que ontem esse processo foi moderado. O Ibovespa fechou em baixa de 0,11%, aos 104.309,74 pontos.

Em contrapartida, expectativa relacionada a resultados trimestrais de empresas de tecnologia (Microsoft e Tesla) nos EUA no fim do dia dá certo alívio. As bolsas norte-americanas têm ligeira alta esta manhã, ajudando o principal índice à vista da B3 também a subir, após idas e vindas mais cedo. Contudo, a valorização era de apenas 0,44%, às 10h49, aos 104.829,84 pontos.

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O clima desfavorável entre as duas potenciais mundiais contamina moderadamente a maioria dos mercados acionários. O governo dos EUA confirmou que exigiu o fechamento do consulado chinês em Houston (Texas), com o argumento de que a decisão tem o objetivo de “proteger propriedade intelectual americana e informações privadas de americanos”. Já a China estaria considerando ordenar o fechamento do consulado dos EUA na cidade de Wuhan.

Além dessa cautela, a ausência de divulgação de indicadores considerados importantes pelo mercado deve deixar o Ibovespa instável, nos moldes de ontem. “Em semana de agenda ruim dá nisso volatilidade, não tem jeito. O mercado fica sem referencial, fica indo e vindo”, diz o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira

Outra fonte de baixa pode vir das commodities, com destaque para o declínio em torno de 1,50% nas cotações do petróleo no mercado internacional, o que serve de argumento para empurrar as ações da Petrobras para o negativo.

Além disso, o investidor avalia a queda de 3,7% na produção da estatal no segundo trimestre, informada ontem pela empresa. No entanto, houve aumento no semestre e a companhia ainda manteve a meta para este ano de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás), apesar da pandemia de coronavírus, que afetou sua produção.

A despeito do recuo no período de abril a junho, por conta dos efeitos da covid-19, a Petrobras avalia que mesmo nesse contexto “desafiador”, apresentou “um sólido desempenho operacional no período, tendo reagido rapidamente aos desafios impostos pela pandemia e a recessão global.”

O resultado da votação da PEC do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), principal mecanismo de financiamento da educação básica no País, que ficou pior que o esperado, representando uma derrota para o governo deve se acompanhado pelo mercado. Contudo, Vieira, não acredita que vá ter força para definir os negócios. “O Fundeb já estava no acordo e, quanto à reforma tributária, independentemente de quantas propostas forem apresentadas, o debate será forte, não será fácil”, avalia.

O Fundeb teve 492 votos a favor e os seis votos contra. Com as mudanças na PEC, mais 17 milhões de alunos serão beneficiados e o governo federal passa a responder por 23% do total dos recursos (ante o desejo de 15% do governo), que vão aumentar gradativamente durante seis anos. O texto segue agora para o Senado, que avalia pautar a PEC ainda nesta semana ou na próxima.

Já a primeira parte da proposta da reforma tributária foi entregue ontem e limitou-se à unificação dos dois impostos federais, PIS e Cofins, criando a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com alíquota de 12%. Deve ficar no radar as ações do setor financeiro, já que a reforma prevê imposto menor para bancos.

Em tempo: investidores da Vale acompanham audiência sobre se a tragédia de Mariana (MG) no Reino Unido.

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