Conscientização. Essa virou o “mantra” dos municípios para que a abertura gradual dos comércios não cause consequências graves ao cenário da pandemia do novo coronavírus no ABC. Em entrevista ao RDtv, neste sábado (13), os secretários de Saúde de Santo André, Márcio Chaves, de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, e de São Caetano, Regina Maura Zetone relataram a expectativa por parte da área médica sobre o assunto e relembraram que apesar da flexibilização as regras de quarentena seguem normalmente até do dia 28.
“Todos têm que ter a consciência de que este não é um plano de liberação total (do comércio), é um plano de flexibilização parcial, isto é muito importante. Isso está muito claro e temos que publicar, deixar público para que todas as pessoas entendam”, explicou Reple.
A ideia é tentar evitar as cenas vistas nos últimos dias na Capital em que alguns dos principais centros de comércio, como a rua 25 de março, estavam lotados mesmo com manutenção dos pedidos para que as pessoas se mantenham em casa o maior tempo possível e que só deixem sua residência quando houver necessidade.
“Temos que lembrar que estamos em uma fase de testes, estamos sendo testados. Dependendo do comportamento da população a partir desta segunda-feira (15), a partir desta flexibilização vamos ter que voltar atrás, porque se a contaminação ocorrer de forma progressiva, se tiver um excesso de internações hospitalares, em UTI, chegando ao pré-colapso do sistema vamos ter que voltar para a zona vermelha e fechar novamente”, completou Regina.
Até este domingo (14), o ABC segue na zona vermelha do Plano São Paulo, ou seja, só poderá funcionar plenamente a construção civil e a indústria não essencial. A partir de segunda, a região vai para a fase 2 (conhecida como faixa laranja). Neste caso será permitida a abertura em 20% da capacidade de atividades imobiliárias, concessionárias, comércios, escritórios e shopping centers, em horários restritos de no máximo quatro horas de duração.
Além disso, todos terão que respeitar as limitações de capacidade e do distanciamento social estabelecido nos decretos municipais (que variam entre 1,5 metro e 2 metros), além da obrigatoriedade do uso de máscara para clientes e funcionários, além da disponibilização de álcool em gel.
No caso das cidades de Rio Grande da Serra e São Bernardo haverá ainda a permissão para o retorno de ações religiosas, desde que respeitados o limite de capacidade de 30% e o intervalo de duas horas entre um encontro religioso e outro, com a necessidade de uma higienização.
Outra preocupação dos secretários é a divergência de discursos entre as autoridades como o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), favorável ao fim da quarentena, e o governador João Doria (PSDB), que faz campanha para a manutenção do “fique em casa”.
“Quando ainda houver a divergências sobre a quarentena e sobre o distanciamento das pessoas ficará mais difícil conscientizar as pessoas sobre este grande movimento que é o combate ao coronavírus”, disse Márcio Chaves que negou que haja qualquer tipo de insegurança por parte dos secretários de Saúde sobre a flexibilização.