
Moradores de Mauá manifestaram indignação com o supermercado Lourencini, que, segundo os munícipes, “não oferece equipamentos de proteção, como máscaras e luvas, para os funcionários utilizarem durante o trabalho”. Além disso, ainda de acordo com clientes, os preços são abusivos, uma vez que o quilo do feijão chegou a R$ 9,79. O estabelecimento foi autuado, mas recorreu.
A moradora de Mauá, Cleuza Nunes, 61, relatou que o problema tomou maior proporção na última semana, e que, como moradora da periferia, não tem condições de arcar com os altos custos das compras. “Semana passada paguei R$ 6 no óleo de girassol e no de milho, que esta semana já está quase R$ 8. Todos os tipos de feijão também estão muito caros”, diz.
A culinarista Vani Olivo, que é vizinha da unidade situada no Jardim Ipê, em Mauá, conta que as condições de trabalho dos funcionários são precárias e que não há álcool em gel, luvas, ou ao menos orientação aos clientes sobre o distanciamento nas filas. “As máscaras que eles utilizam parecem ser compradas pelos próprios colaboradores, pois são de materiais diferentes. Questionei uma caixa e ela disse que usa a mesma máscara o dia inteiro”, diz.
Claudia Silva, autônoma e moradora do Jardim Assis, também na cidade, onde a rede possui oito das nove lojas na região, está indignada com o preço da cartela de ovos. “Antes eu pagava R$ 10 em 30 ovos, agora subiu para R$ 18, um absurdo. Visto que a população de baixa renda é a que mais sofre com a crise, deveriam abaixar os preços, não o contrário”, reclama.
O que diz a empresa
A rede passou por fiscalização da Prefeitura e foi autuada por manter funcionários sem os devidos equipamentos de proteção, recomendados pelo Ministério da Saúde para a contenção do novo coronavírus. Mas, a empresa entrou na Justiça para que não fosse multada novamente pelo mesmo motivo, pois alega que máscaras e luvas estão em falta no mercado.
Na carta de esclarecimento emitida pelo supermercado nesta quinta (16), o diretor comercial da rede, Rogerio Lourencini informa que “a Rede Lourencini de Supermercados ingressou com uma série de ações para que os funcionários, colaboradores e clientes, tivessem o máximo de segurança ao circularem ou trabalharem nas lojas, como cartazes com advertências e procedimentos, espaçamento nas filas, higienização de cestinhos e carrinhos de compras, disponibilização de álcool em gel ou spray nas entradas das lojas para os clientes”.
Em outro trecho da carta, o diretor diz: “… muitas vezes sofremos com a dificuldade em adquirir alguns equipamentos de proteção e também tivemos vários problemas com funcionários, que não se adaptaram facilmente com a utilização, principalmente da máscaras, e, segundo a lei trabalhista, não podemos segregar os mesmos por essa dificuldade”, afirma.
Prefeitura
Questionada, a Prefeitura informa que recebeu com indignação o posicionamento da empresa, em processo judicial, onde conseguiu liminar para não fornecer os EPIs (equipamentos de proteção) aos seus funcionários, lamenta o fato e estuda recorrer na Justiça. A Prefeitura esclarece que segue com a fiscalização sobre o fracionamento no atendimento e controle do distanciamento social, além de eventuais abusos e sobrepreços.
Nota da Rede Lourencini