Mais Estados dos EUA adiam primárias; cresce pressão por voto por correio

Ao menos 13 Estados adiaram as primárias para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, a fim de conter o avanço do coronavírus no país. Georgia, Ohio, Maryland, Indiana, Louisiana, Connecticut e Kentucky postergaram para maio ou junho. O conselho de eleições de Rhode Island recomendou que a realização em junho, enquanto autoridades de Wisconsin estão debatendo o que fazer. Outros Estados ainda poderão fazer o mesmo, já que órgãos de saúde têm alertado que as medidas de contenção do vírus devem durar semanas e possivelmente, meses.

Na última terça-feira (17), os Estados do Arizona, Flórida e Illinois realizaram suas primárias, como previsto, enquanto Ohio adiou o evento após autoridades do governo terem encorajado pessoas com mais de 65 anos a ficar em casa. O segundo turno das eleições no Alabama e no Mississippi também foi postergado, assim como as eleições em Oklahoma, Missouri, Nova Jersey e Texas.

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As primárias têm papel relevante na decisão sobre quais candidatos representarão os partidos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, marcadas para novembro. “Normalmente quando lidamos com uma crise em eleições, é algo que acontece e depois acaba. Agora se trata de uma ameaça que se espalha e aumenta rapidamente; não sabemos onde, quando e como terminará”, disse o diretor de eleições da Georgia, Chris Harvey. “Em algum nomento, teremos de realizar as eleições”, acrescentou.

Políticos do Estado têm feito um grande esforço para ampliar a votação de ausentes em maio. O presidente do Comitê Nacional Democrata, Tom Perez, também tem atuado para que as eleições sejam realizadas principalmente pelo correio. Mas a troca será difícil para alguns Estados e impossível para outros.

Em vários, haveria necessidade de legislação ou mesmo emenda constitucional para permitir o voto pelos correios. Outro problema seriam os custos e obstáculos logísticos para implementar a ideia. Seria preciso definir, por exemplo, se contribuintes ou eleitores individuais teriam de se responsabilizar pela postagem de retorno do voto. Em muitos lugares, além disso, o governo teria de providenciar novas máquinas e softwares para rastrear as cédulas no correio, contá-las e processá-las quando fosseem devolvidas. Tais medidas podem custar bilhões de dólares, em um momento em que as receitas dos Estados provavelmente cairão com o aumento do desemprego e a menor arrecadação de impostos.

Alguns especialistas lembram ainda que nem todos os eleitores podem preencher as cédulas manualmente e que o envio de cédulas por correio pode acabar deixando de fora alguns eleitores, como os nativos americanos que vivem em reservas onde o correio não é entregue em todas as casas.

A data das eleições gerais, novembro, é definida por lei federal. Já foi apresentada proposta de lei federal que permitiria a todos os eleitores receber uma cédula por correio para as votações de novembro, assim como a designação de fundos federais para ajudar os Estados a cobrirem os custos.

O Centro Brennan para a Justiça, da Faculdade de Direito da New York University, está demandando que todos os Estados implementem planos voltados à realização de uma eleição em meio à pandemia. O Centro também tem cobrado do Congresso recursos para ajudar os Estados. A estimativa é que seriam necessários até US$ 2 bilhões, montante que incluiria o dinheiro necessário para a votação universal por correio. Fonte: Associated Press.

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