
O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Edgard Brandão, anunciou nesta terça-feira (10), que a entidade prevê a inauguração de uma casa de passagem na região no segundo semestre. Além disso, foi iniciada uma campanha de combate à violência contra a mulher em estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Três locais são alvo de avaliação para saber qual receberá a casa de passagem que servirá como equipamento para acolhimento temporário de vítimas de violência doméstica que não querem ir para uma casa abrigo ou que podem seguir para casa de parentes e amigos de maneira segura. A casa terá capacidade para acolher 20 pessoas e seu endereço não será revelado por segurança.
O custo será de R$ 150 mil para este ano e mais R$ 200 mil para 2021, verba oriunda do orçamento do Consórcio ABC. Uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) será contratada por intermédio de um processo licitatório. Estudos serão feitos para acertar o formato da contratação.
Para Brandão, a casa de passagem mostra que houve aumento nos investimentos em relação ao combate à violência contra a mulher. “Diferente das críticas realizadas sobre a casa abrigo, nós estamos aumentando o investimento, basta ver as casas abrigo, a casa de passagem, a delegacia da mulher 24 horas e as campanhas que estamos fazendo mostram que esse é um tipo de projeto que tem prioridade no Consórcio”, explicou.
No final de fevereiro, o RD trouxe informações do orçamento do Consórcio ABC que houve uma redução nos investimentos das casas abrigo de R$ 1.391.220,40 para R$ 1.034.300,02 (menos 25%). A justificativa da entidade é que na verdade houve uma readequação orçamentária.
Campanha
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC junto com a CPTM iniciou uma campanha nas estações da linha 10-Turquesa para o combate à violência contra a mulher. Com o nome “O Grande ABC diz não às violências contra as mulheres”, banners foram espalhados pelas estações com um QR Code que mostra os locais em que as mulheres podem procurar ajuda caso tenham algum problema. A ideia é que outras áreas sejam alvos do mesmo tipo de campanha.
Reeducação
Também ocorreu o lançamento do Serviço Regional de Educação e Responsabilização para Homens Autores de Violência contra Mulheres do Grande ABC (SerH ABC), que visa reeducar homens que foram presos por cometer violência doméstica. 20 condenados receberão o serviço de reeducação sobre o assunto.
“Esse programa é muito importante, porque os homens eram punidos, mas não eram reeducados e agora vai punir a punição com a reeducação, porque se ele faz, se ele prática essa violência contra a mulher ele é punido e ele continua praticando, pois ele não foi tratado, não foi reeducado”, explicou a advogada Maria Aparecida da Silva, líder do GT (Grupo de Trabalho) de Gênero e Masculinidades, e presidente do conselho gestor das casas abrigo.